Anúncios de fusões e aquisições movimentaram o último dia do ano com bancos abertos e bolsa funcionando. Os acordos informados ontem entre Locamerica e Unidas, Gazit-Globe e General Shopping Brasil; e Aliansce e XP Malls somaram quase R$ 2 bilhões.
A melhora da economia acelerou o número de negócios nos últimos meses. Considerando-se apenas as fusões e aquisições com valores foram informados, foram fechados neste ano, até ontem, 407 transações, movimentando R$ 193 bilhões, segundo a Deloitte. No ano passado, foram 406 e R$ 169,2 bilhões, respectivamente.
A tendência para 2018 é que operações de fusões e aquisições continuem em pauta devido à redução do endividamento das empresas, ao aumento da geração de caixa e à queda na taxa básica de juros (Selic).
"Os fechamentos deverão acontecer principalmente no primeiro semestre, antes da definição dos nomes para a corrida presidencial", disse Reinaldo Grasson, sócio-líder da área de fusões e aquisições da Deloitte. Investidores estrangeiros e brasileiros estão otimistas devido ao cenário de maior liquidez global e consideram atrativos, em geral, os preços dos ativos domésticos.
Neste fim de ano a movimentação foi intensa entre os operadores de shopping centers. Ontem, a israelense Gazit-Globe anunciou a compra de 70% do Internacional Shopping Guarulhos, que era controlado pela General Shopping, por R$ 937 milhões. Segundo fontes, a maior parte dessa quantia foi paga à vista. A venda, há 15 dias, do imóvel onde funciona o hipermercado Extra Itaim, em São Paulo, garantiu à Gazit um ganho de caixa de R$ 140 milhões.
Com o negócio de ontem, a subsidiária Gazit Brasil se firma entre as maiores empresas do setor, com área bruta locável própria de 180,2 mil metros quadrados, com valor de R$ 2,7 bilhões. São nove complexos no portfólio, entre eles, fatias no Cidade Jardim, da JHSF, e no Shopping Eldorado, da Ancar Ivanhoe. A Gazit, agora, está à frente das concorrentes Cyrela Commercial Properties (CCP) e JHSF (ver ranking acima).
O Valor apurou que em 2018, a israelense venderá o Shopping San Pelegrino, localizado em Caxias do Sul (RS), para concentrar-se em São Paulo. Há nove anos no Brasil, a empresa considera o país estratégico para seu crescimento. A operação local já equivale a 10% de seus resultados globais. Com ações negociadas na Bolsa de Nova York, a Gazit encerrou o terceiro trimestre deste ano com prejuízo líquido atribuído aos acionistas de US$ 52,4 milhões ante lucro de US$ 107,8 milhões no mesmo período de 2016.
A Aliansce também vendeu ontem fatia de 24% no Caxias Shopping para o fundo de investimento imobiliário XP Malls, da XP Investimentos, por R$ 35,5 milhões. "A perspectiva é de que as transações entre as administradoras de shoppings continuem aquecidas em 2018", disse Paulo Guilherme Coimbra, sócio de fusões e aquisições da KPMG. Ele lembrou que os fundos estão com dinheiro em caixa para fazer aquisições devido a captações recentes.
Segundo Coimbra, os estrangeiros deverão continuar liderando as compras de empresas nacionais, algo que ocorre desde 2015 e que não deverá ser revertido nos próximos anos. Dados da KPMG apontam que os Estados Unidos lideram os negócios, seguidos por Reino Unido, França, Canadá e China. "As aquisições em infraestrutura foram o destaque e continuarão intensas devido à privatização das distribuidoras da Eletrobras".
Em 2017, multinacionais importantes passaram a atuar no país depois de comprarem ativos, caso da mexicana Lala, que adquiriu a Vigor, da holding dos irmãos Batista, J&F. Por outro lado, a brasileira Natura comprou a britânica The Body Shop da L'Oréal, avançando em seu processo de internacionalização.
Grasson, da Deloitte, comentou que as empresas estrangeiras deverão continuar comprando empresas em diversos setores e que o Brasil pode ser um dos destaques no ambiente global de fusões e aquisições no ano que vem. Fonte:Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 29/12/2017
29 dezembro 2017
Locadoras e shoppings fecham ano de fusões e aquisições em alta
sexta-feira, dezembro 29, 2017
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Ruy Moura
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