A partir de agora outras empresas poderão disputar a compra dos empreendimentos
Complexo petroquímico recebeu investimento de US$ 90 bilhões
Terminou o período de exclusividade da companhia mexicana Alpek nas negociações de compra na Companhia Petroquímica de Pernambuco (Petroquímica Suape) e na Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe). A empresa teve 90 dias para discutir individualmente com a petrolífera os termos para aquisição de participação nas duas plantas industriais no Estado. A partir de agora, outras empresas poderão entrar no páreo na disputa pelos empreendimentos.
A Alpek teve um período de exclusividade de 60 dias, que foi prorrogado por mais 30 e se encerrou ontem. Procurada pela reportagem do JC, a Petrobras informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que aguardava a publicação de um fato relevante sobre o assunto. Até o fechamento desta edição nenhum documento foi divulgado.
A venda da PQS e da Citepe é parte do programa de desinvestimento da Petrobras, que espera incrementar o caixa da companhia em US$ 19,5 milhões entre 2017 e 2021. De acordo com a petrolífera, a transação com a Alpek ainda está sujeita à negociação de seus termos e condições finais e à deliberação pelos órgãos competentes das duas empresas, além de depender da aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Alpek é uma das maiores fabricantes de poliéster (fios, PET e PTA) do mundo e estaria disposta a crescer no mercado brasileiro. Desde sua idealização do polo petroquímico em Pernambuco, a expectativa era que a Petrobras tivesse um parceiro. O primeiro deles foi o grupo italiano Mossi & Ghisolfi (M&), mas não houve entendimento e a estatal fez o investimento sozinha.
Depois, a empresa anunciou que tinha interesse em ser minoritária e ficar com 40% de participação. A companhia indiana Reliance foi sondada para se tornar sócia, mas as negociações não avançaram. O complexo petroquímico recebeu investimento de R$ 9 bilhões (superior ao dobro dos R$ 4 bilhões anunciados no início do projeto) e nos últimos dois anos vem dando prejuízo à Petrobras. Entre 2014 e 2015, as perdas das duas companhias totalizaram R$ 5,6 bilhões.
TRABALHADORES
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Ipojuca e Região (Sindtêxtil Ipojuca) tem demonstrado preocupação com a estabilidade dos funcionários que foram aprovados em concurso público e perderão essa condição com a compra da PQS e da Citepe por uma empresa privada. Outro ponto de questionamento é o valor da venda, que o mercado estima em US$ 600 milhões, sendo bem abaixo do valor investido pela Petrobras no parque industrial.
Atualmente o complexo conta com 422 funcionários concursados e outros 3 mil terceirizados. A produção de PET está na casa de 26 mil toneladas e a de PTA de 59 mil toneladas por mês. Leia mais em jconfine 29/10/2016
30 outubro 2016
30 out
Alpek perde exclusividade na compra de petroquímicas do Estado
domingo, outubro 30, 2016
Compra de empresa, crise, Desinvestimento, QuimicoPetroquimico, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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