25 outubro 2016

O que as empresas mais temem (e querem) em 2017

Segundo pesquisa, os comandantes das companhias do país estão mais confiantes na economia, mas cenário geral ainda é nebuloso. Veja o que eles mais temem

Os comandantes das empresas do país estão voltando a acreditar na economia. Atualmente, mais da metade deles (55,4%) está “levemente otimista” para o próximo ano. Em março, o humor que dominava era o de “levemente pessimista”, com 45,6% de representatividade.

Os números são de uma pesquisa que ouviu 178 líderes empresariais, entre presidentes e diretores dos departamentos de marketing, comercial e RH.

O estudo foi elaborado pela AAPSA (Associação Paulista de Recursos Humanos e de Gestores de Pessoas), em parceria com as consultorias PwC e Allied Minds. Ele foi concluído em setembro, mas só agora teve os resultados divulgados.

Apesar da melhora na confiança, o cenário geral ainda é nebuloso e há muitos fatores que os executivos temem.

Entre os pontos que mais assustam está a corrupção. Dos ouvidos, 47% acreditam que ela provocará um impacto negativo ou muito negativo nos negócios em 2017.

A inflação é outra preocupação. Enquanto 34% dos líderes creem em um efeito negativo ou muito negativo da alta generalizada de preços, outros 29% enxergam um pequeno impacto ruim. Na outra ponta, 31% pensam que a inflação trará efeitos positivos no próximo ano.

O nível de emprego inquieta na mesma proporção: 34% acreditam que ele terá efeitos ruins ou muito ruins. Já 20% estão otimistas quanto a este assunto.

A variação cambial também é temida por 24% dos respondentes.

E o consumo?

Os executivos participantes do estudo não estão tranquilos quanto a uma retomada do poder aquisitivo dos consumidores. Enquanto 28% deles acham que o ponto terá influências ruins nos negócios em 2017, 17% enxergam o assunto com otimismo.

Na mesma linha, o acesso ao crédito preocupa. Ele é apontado como um tema que terá impactos negativos nas empresas por 23% dos ouvidos, contra 14% que veem uma influência positiva.

Reformas

Aqueles que estão no topo das companhias brasileiras apostam na reforma trabalhista: 27% vislumbram efeitos positivos ou muito positivos da medida no próximo ano, enquanto 30% esperam consequências pouco positivas.
Outros 9% acham que a influência será negativa ou muito negativa, junto com 17% que enxergam impactos pouco negativos.

Eles também confiam na reestruturação da Previdência, mas com menos força: 19% esperam resultados positivos ou muito positivos, e 16%, pouco positivos. Do outro lado, 9% enxergam uma influência negativa da reforma, junto com 13% que acreditam que ela será pouco negativa.

Apesar disso, no geral, os executivos não se convenceram de que o governo conseguirá promover um ajuste econômico fiscal eficiente.

A maioria (26%) espera efeitos negativos ou muito negativos das mudanças nesse sentido e 25% acreditam em impactos pouco negativos. No time dos otimistas, 22% preveem resultados positivos ou muito positivos dos ajustes e 20%, pouco positivos.

Outro impeachment?

Boa parte dos entrevistados (31%) está certa de que a crise política continuará em 2017. Outros 42% creem em uma manutenção parcial do problema.

Apesar disso, 53% duvidam da possibilidade de haver uma nova ruptura institucional no ano que vem.

Do lado de dentro

Olhando para dentro dos negócios, 47% dos executivos acreditam que seu segmento deve apresentar algum crescimento no próximo ano. Para 2018, a parcela dos confiantes é de 74% e, para 2019, de 86%.

Os otimistas são, principalmente, representantes dos setores de energia elétrica e agropecuária.

Já entre os pessimistas, 27% acham que terão alguma retração em 2017. Para 2018, a parcela é de 11% e, para 2019, de 4%.

Eles são representantes, principalmente, de instituições financeiras.

No próximo ano, os presidentes de empresa estarão focados especialmente nas vendas, em ofertas novos produtos e serviços e em cuidar do fluxo de caixa e de novos mercados.

Para atrair e engajar as pessoas certas, eles estão apostando em uma gestão eficaz de desempenho, estabelecendo uma cultura e comportamentos no local de trabalho e focando nas habilidades e capacidade de adaptação dos funcionários.

Entre os pontos que, na visão deles, ameaçam o crescimento de seus negócios, estão principalmente o aumento da carga fiscal, a resposta do governo ao déficit fiscal e ao peso da dívida, a falta de confiança nos negócios e a instabilidade social.

Do outro lado, os líderes pensam que um sistema de impostos claramente compreensível e estável; uma força de trabalho habilidosa, educada e adaptável e uma infraestrutura física e digital adequada são os principais motores para fazer a sociedade avançar.

Perfil das empresas

Os executivos que participaram da pesquisa comandam empresas nacionais (63%), com uma equipe de 100 a 499 funcionários no caso de indústria e de 50 a 99 funcionários no caso de serviços (52% do total) e que faturam de 16,1 milhões de reais a 90 milhões de reais (30%). Por Luísa Melo Leia mais em exame 25/10/2016

25 outubro 2016



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