Acordo da gigante de telefonia móvel e de TV a cabo AT&T para comprar a Time Warner prova que o futuro da mídia será ditado pelas grandes empresas
Um negócio de US$ 85,4 bilhões é, antes de tudo, uma garantia de sucesso de bilheteria. O acordo da gigante de telefonia móvel e de TV a cabo AT&T para comprar a Time Warner, dona do estúdio Warner Bros, da rede de TV a cabo HBO e de uma série de filmes e seriados de sucesso e programas de televisão, é a maior aposta na ideia que o futuro da mídia será ditado pelas grandes empresas, capazes de oferecer a melhor combinação de distribuição e conteúdo.
A fusão, anunciada pelas duas empresas na noite de 22 de outubro, não garante que a AT&T, uma tradicional empresa de telecomunicação, será uma das vencedoras. Mas o CEO da AT&T, Randall Stephenson, que será o chefe executivo da empresa resultante da fusão, acredita que está reunindo as peças necessárias para trilhar o caminho do sucesso.
No ano passado, a AT&T concluiu a compra, por US$48,5 bilhões, da operadora de TV por satélite DirecTV, tornando-se a maior distribuidora de TV paga dos Estados Unidos, com 25 milhões de assinantes. A AT&T também é a segunda maior operadora de telefonia móvel do país, atrás da Verizon Communications.
Agora a empresa acrescentará ao seu portfólio um dos mais célebres estúdios de Hollywood, o Warner Bros, canais a cabo prestigiosos como HBO, TNT, TBS e CNN, além de um amplo catálogo de filmes e programas de TV, da franquia dos filmes da série Harry Potter e do seriado Game of Thrones.
É a maior fusão dos últimos anos do setor de mídia e enfrentará grandes desafios, caso seja aprovada pelos acionistas. Um deles será o exame minucioso das agências reguladoras federais preocupadas com a crescente concentração de mercado no setor de mídia. As agências reguladoras demonstraram arrependimento por terem aprovado há cinco anos uma fusão semelhante: a compra da NBCUniversal pela Comcast por US$30 bilhões. Pelo menos, tentarão limitar o poder de mercado da empresa resultante da fusão.
Se a fusão for concretizada, o maior desafio da AT&T será encontrar formas de aproveitar o portfólio da Time Warner para ajudá-la a aumentar as vendas de serviços de telefonia móvel, banda larga e TV paga. Alguns analistas demonstram ceticismo. A AT&T quer ser para seus clientes mais do que um simples canal de transmissão de vídeo. No entanto, não está claro, pelo menos até o momento, que serviços e produtos adicionais a empresa poderia oferecer aos clientes, que não pudessem também ser acessados por meio de outros distribuidores.
A transformação da HBO Now em um grande serviço de streaming global abre uma perspectiva interessante de longo prazo. Mas seria um trabalho demorado e, ainda mais importante, envolveria a decisão de mexer em outros segmentos da empresa que são lucrativos com o formato atual, como o serviço de TV por assinatura tradicional.
A Time Warner já passou por uma experiência semelhante. No ano 2000, a fusão com a AOL, no valor de US$350 bilhões, foi o maior negócio na história dos EUA. A ideia era inaugurar uma nova era dominada por gigantes da internet. Essa fusão foi um desastre que custou milhares de empregos e centenas de bilhões de dólares às duas empresas. Em 2009, a AOL foi desmembrada e, no ano passado, a Verizon a comprou por US$4,4 bilhões. Agora, a Time Warner está envolvida em um negócio de grandes proporções, com um futuro interessante, porém incerto. Leia mais em opiniaoenoticias 29/10/2016
29 outubro 2016
29 out
Futuro da mídia está repleto de grandes fusões
sábado, outubro 29, 2016
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Ruy Moura
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