12 maio 2014

Com fusão, ativos de ensino a distância são cobiçados

Em um cenário em que a fusão entre Anhanguera e Kroton é dada como certa, os questionamentos no mercado agora giram em torno de quem comprará os ativos de ensino a distância que as companhias colocarão à venda para atender às exigências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Isso porque são ativos estratégicos para um segmento que enfrenta lentidão, que chega a durar anos, na aprovação de pedidos de novas vagas e polos no Ministério da Educação (MEC).

Uma das instituições mais cotadas para venda é a Uniasselvi, o que proporcionaria à empresa compradora levar em uma só tacada cerca de 100 polos e pelo menos 80 mil estudantes.

 A Estácio está sempre atenta às oportunidades e vamos analisar o ativo. Mas haverá uma avaliação bem criteriosa porque hoje o nosso foco é a UniSEB e no passado chegamos a ver a Uniasselvi e não nos interessamos. Portanto, não sei se vale a pena comprar hoje com um ativo que deve vir com um valor maior , disse Virgílio Gibbon, diretor financeiro da Estácio. A Uniasselvi foi adquirida pela Kroton em 2012 por R$ 510 milhões.

 As atenções da carioca Estácio em torno da UniSEB não são à toa. O Cade deve dar seu parecer sobre a transação nesta quarta-feira, mesma data em que se espera que autarquia defina a fusão entre Anhanguera e Kroton.

 Atualmente, a UniSEB tem 164 polos em operação, 150 em fase final de aprovação e um pedido para abertura de mais 150 unidades junto ao MEC. Com a aprovação no Cade, a Estácio aumentará significativamente sua presença no segmento de ensino a distância, uma vez que hoje o grupo educacional carioca tem 52 polos em operação e um pedido para mais 65 unidades.

 A Estácio registrou, no primeiro trimestre deste ano, um forte crescimento na última linha do balanço. O lucro líquido saltou 89% na comparação com os três primeiros meses de 2013, para R$ 125,8 milhões. Esse resultado foi impulsionado pelo crescimento de 20,7% no número de alunos, que chegou a 395 mil; por um aumento de 10% no valor médio das mensalidades de cursos presenciais; e também por um ganho financeiro expressivo, uma vez a companhia está com um caixa mais robusto.

 A Anima, que adquiriu a Universidade São Judas Tadeu, também apresentou fortes resultados no começo do ano. O lucro líquido aumentou 55%, para R$ 45,2 milhões. Os itens que incrementaram o resultado foram semelhantes aos da Estácio. O número de matrículas teve expansão de 15%, o tíquete médio avançou 8,7% e a empresa reverteu uma perda financeira de R$ 5,4 milhão para um ganho de R$ 6,5 milhões no primeiro trimestre do ano. A Anima está com caixa devido ao IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) realizado em outubro do ano passado.

 Conseguimos elevar o tíquete médio devido à reposição da inflação e aumento de alunos em cursos de engenharia e medicina, que têm mensalidade maior , disse Daniel Castanho, presidente da Anima, que também planeja entrar no segmento de ensino a distância.

 A Anima não deve enfrentar problemas junto ao Cade para provação da aquisição da Universidade São Judas Tadeu, um vez que as duas instituições atuam em praças distintas. Veículo: VALOR ECONÔMICO Jornalista(s): Beth Koike Leia mais em linearclipping 12/05/2014

12 maio 2014



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