08 agosto 2013

Negócio familiar recebe R$ 40 mi após virar modelo de vendas pelo Facebook

Como empresa familiar de apenas 160 funcionários e um nome engraçado, a fabricante de roupas infantis americana Lolly Wolly Doodle (LWD) a princípio não parece se destacar como uma lançadora de tendências.

 Mas a empresa e sua dona, Brandi Temple, estão mostrando como pequenos varejistas conseguem aumentar suas vendas diretas por meio do Facebook.

 O investidor bilionário Steve Case, cofundador do grupo americano de internet AOL, ficou tão impressionado com o modelo de "comércio via Facebook" da LWD que, no início deste ano, investiu US$ 20 milhões (cerca de R$ 40 milhões) na empresa.

 E diz que esta tem o potencial de se tornar um negócio bilionário por seu "pioneirismo na área de compras sociais" e por "praticamente colocar os consumidores dentro do processo de design".

 "Para a maioria das pessoas interessadas em comércio online, (a parte) social só é pensada depois. Para ela (Temple), é o evento principal. Esse é o diferencial", diz Case.

Venda direta
 Em geral, marcas usam o Facebook para estimular o cliente a "curtir" suas páginas para que estas apareçam em mais feeds de notícias. Mas empresas como a LWD estão dando um passo além e vendendo diretamente pela rede social.

 Se algum dos cerca de 634 mil fãs da LWD no Facebook quiser comprar uma peça de roupa exibida pela LWD na página, deixa um comentário no post com o tamanho e a cor desejados e seu endereço de e-mail.

O interessado também pode pedir que o nome da criança ou suas iniciais sejam bordadas na peça. Como cada peça é produzida em quantidades limitadas, a LDW avisa pelo próprio Facebook quantas encomendas será capaz de atender.

 O pagamento pelos clientes é feito por um link que os redireciona ao site da LWD. A empresa também estimula seus "fãs" a usar o Facebook para sugerir modelos e cores.

A empresa atende 30 mil a 50 mil encomendas por mês, sendo 60% delas feitas via Facebook (as 40% restantes são pelo site da LWD).

 Hobby que virou negócio

 O sucesso de Temple, de 39 anos, ocorre apesar de ela nunca ter pensado em ter um negócio próprio. 

Mãe de quatro filhos, ela começou a fazer roupas para as crianças como um hobby, em 2008. Começou a vender algumas após perceber que tinha comprado tecido demais. Mas o negócio ganhou em popularidade. Temple escolheu não abrir uma loja física porque achou que o comércio online seria mais fácil de conciliar com suas tarefas familiares.

 "Minha ideia era ser mãe e não perder nenhum jogo de futebol (das crianças), diz ela.

 Ela passou a vender pelo site de leilões eBay. Até que, em 2010, colocou algumas peças à venda no Facebook. A resposta, diz ela, foi "avassaladora" - tanto que em duas semanas ela retirou seus produtos do eBay e focou seu trabalho no Facebook.

 Hoje, o marido, a mãe, os irmãos e sobrinhas dela estão entre os empregados da empresa, localizada na cidade de Lexington, Estado da Carolina do Norte (leste dos EUA). Ela também comemora o fato de poder gerar empregos em sua cidade, que foi duramente atingida pela crise econômica de 2008. 

Produção
 Na sala de design da empresa, funcionários trabalham para transformar desenhos e tecidos em peças de roupa. De lá, elas são fotografadas e exibidos online, no Facebook e no site da própria empresa. A cada dia, a LWD cria entre 15 e 20 novos itens, mas eles só são fabricados quando os consumidores pagam pelos pedidos - reduzindo custos de estoque.

 Ainda que o tempo entre a criação de uma peça simples e sua produção seja de apenas algumas horas, clientes com pedidos mais específicos podem ter de esperar até quatro semanas.

 Mais da metade das peças são feitas em Lexington e o restante, na China e em El Salvador. Ao chegarem à Carolina do Norte, as peças fabricadas no exterior recebem bordados e outros detalhes. 

Candace Corlett, analista do setor varejista, acha que a LWD pode ser um modelo "do futuro do varejo de butique". "É um ótimo modelo, especialmente para itens que (os consumidores) estão dispostos a esperar até que sejam fabricados", diz ela.

 Sendo assim, prossegue Corlett, esse modelo não deve funcionar para a produção em massa, de roupas que os consumidores querem ter em mãos imediatamente - como camisetas e lingerie.

 De volta à LWD, o futuro do empreendimento talvez passe por algo mais "antiquado" da atual venda pelo Facebook: uma loja física.

 "Queremos ter uma presença offline", diz Temple. "Esse certamente será nosso próximo passo."
Fonte: uol 08/08/2013


08 agosto 2013



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