14 julho 2013

Indústria gráfica busca reverter fechamento de empresas

Representantes da indústria gráfica brasileira se reuniram nesta sexta-feira, 12, em São Paulo para formalizar a elaboração do Manifesto da Indústria Gráfica à Nação. O documento apresenta propostas que devolveriam competitividade à indústria nacional e ajudariam a reverter o atual cenário de fechamento de empresas e corte de vagas de trabalho.

"Temos informações de fechamentos de empresas em diversas regiões, como Pará, Maranhão, Rio Grande do Sul e Goiás, entre outros Estados", alerta o presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica Brasileira (Abigraf), Fabio Mortara. A produção da indústria caiu 4,3% em 2012 e, somente nos cinco primeiros meses do ano, foram fechados mais de 2 mil postos de trabalho, segundo dados divulgados pela entidade. O setor emprega mais de 200 mil pessoas.

O segmento, assim como diversas outras indústrias brasileiras, sofre com a elevada carga tributária nacional e com a concorrência dos produtos importados. No caso dos gráficos, a ameaça é dupla já que, além do produto gráfico importado, o setor é prejudicado pela crescente importação de produtos acabados que chegam ao Brasil já embalados. Com isso, as concorrentes nacionais perdem mercado e deixam de imprimir materiais localmente.

Papel 
A situação do setor gráfico se deteriorou ainda mais no fim do ano passado, quando o governo elevou o Imposto de Importação de diferentes tipos de papel couché e de papel cartão, amplamente utilizados na indústria alimentícia. Desde então, os custos dos papéis vendidos internamente subiram mais de 10%, em consequência da menor oferta de produtos importados e também da pressão causada pela alta do dólar nesse período.

"Enviaremos nosso manifesto para os ministérios da Fazenda, da Indústria, da Cultura e da Educação, que é o nosso principal cliente", destacou Mortara. O governo federal é grande consumidor de papéis revestidos e não revestidos por intermédio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).

O manifesto é composto por oito pontos, sendo a maior parte relacionada a questões tributárias. O setor, que em São Paulo tem uma carga tributária de 16,5% apenas em impostos sobre a produção e faturamento - esse número não inclui, por exemplo, os tributos sobre a folha de pagamento dos funcionários - solicita, entre outros pontos: a desoneração da folha de pagamento, a isenção de IPI para materiais escolares, o fim da bitributação de ICMS e ISS e a redução da alíquota de importação dos produtos cujas tarifas foram elevadas em 2012. Por André Magnabosco | Estadão
Fonte: portalsoma 12/07/2013

14 julho 2013



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