27 setembro 2016

Setor de bens de consumo deverá ser o próximo a ter onda de reestruturações

Em grave situação financeira, parte desses setores ainda não fez ajustes e terá de se reorganizar a partir deste semestre, estima Marcelo Gomes, da Alvarez & Marsal.

"Após a crise, eles ficaram com uma estrutura instalada bem acima do necessário e ainda precisam se adequar."

Esse segmento foi o que mais sofreu e agora deverá olhar para dentro de casa e rever custos operacionais, avalia José Braga, da PwC.

Os pedidos de recuperação judicial subiram 61,2% até agosto, em relação a igual período de 2015, aponta o Serasa Experian. Foram 1.235.

Até então, as empresas de agronegócio eram as principais a buscar consultorias.

É um setor resiliente, mas segmentos como açúcar e álcool investiram muito e sofreram com uma política errada de subsídios, diz Salvatore Milanese, da Pantalica.

Uma solução seria os bancos voltarem a emprestar, mas isso não tem acontecido. Com crédito restrito, será lenta a recuperação, segundo Fábio Flores, da TCP Latam.

O volume de dívidas das empresas nessa situação, porém, deverá cair neste semestre em relação ao primeiro.

"Casos como o da Sete Brasil e o da Oi, de grandes somas, desequilibraram a base de comparação. Um baque semelhante é improvável nos próximos meses", diz Gomes.

Leis trabalhistas e qualificação travam retomada, diz consultoria

O engessamento das regras trabalhistas e o descompasso entre e a qualificação da mão de obra e as vagas oferecidas serão entraves para a retomada da economia do país, afirma o diretor-geral da Hays no Brasil, Jonathan Sampson.

"Há um ambiente rígido dos modelos de contrato. As empresas não conseguem se adaptar às mudanças de mercado com a velocidade que seus negócios pedem."

Em um índice de 1 a 10 -em que quanto maior o indicador, mais restritiva é a legislação - o Brasil foi avaliado em 9,1 pela consultoria. A média nas Américas é de 6,4.

A flexibilização se faz necessária diante de uma mudança de requisitos para a força de trabalho no país, que não foi acompanhada pela oferta de profissionais, diz ele.

O indicador que avalia o grau de descompasso entre as qualificações buscadas pelas companhias e as competências disponíveis no mercado foi de 8,8, em uma escala de 0 a 10. No continente americano, a média é de 6,6.

"No último ano, aumentou o foco em produtividade e eficiência. Adaptar os profissionais ao novo cenário será um desafio que pedirá medidas de curto e longo prazo."  FOLHA DE SÃO PAULO (SP)

maria cristina frias -  mercado aberto - Leia mais em cliptvnews 27/09/2016

27 setembro 2016



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