Queda de 9,8% no mercado de fusões & aquisições no mês de maio/20, em relação ao mesmo mês do ano anterior, refletindo o impacto do covid-19. E quanto ao montante de investimentos a redução foi de 81,7%. Se comparado com a expectativa projetada antes da crise para este mês, a perda do volume foi de 34,3%.
No mês de maio foram realizadas 74 transações, com um crescimento de 45,1%, e investimentos de R$ 6,2 bilhões - representando um aumento de 22,4%, em relação ao mês anterior.
Se comparado com o mesmo mês do ano anterior (82) a queda do volume de transações foi de 9,8%. E de investimentos a redução foi de 81,7%.
Nos primeiros cinco meses de 2020, foram 337 operações, com uma queda de 3,7%, gerando investimento de R$ 89,6 bilhões e queda de 29,9%.
No acumulado dos doze meses sinaliza um crescimento de 17,4% do número de transações, com 1.024 operações, comparativamente ao mesmo período acumulado do ano anterior - mai/19. Desde de mar/20, por conta do covid-19, sinaliza viés de baixa para os próximos meses.
Queda de 79,7% do valor médio das transações no mês de maio/20 em relação ao mesmo mês do ano anterior. O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$ 265,8 milhões, queda de 27,2%.
Operações de porte até R$ 49,9 milhões representaram 62,9% no acumulado do ano.
Não se registrou negócio de porte acima de R$ 1,0 bilhão no mês de maio.
Os setores de TI, Outros e Hospitais e Lab.de Análises Clínicas foram os mais ativos nos primeiros cinco meses do ano. TI; Alimentos, Bebidas e Fumo e Imobiliário foram os que mais cresceram. De outro lado, Serviços Portuários e Aeroportuários, Instituições Financeiras e Serviços para Empresas foram os que apresentaram maior queda.
O maior apetite no mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 52 operações. Os Financeiros realizaram 22 operações.
Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis por 59 operações no mês. No acumulado do ano, 267 operações - crescimento de 8,1%. O investimento foi da ordem de R$ 68,1 bilhões, o equivalente a 76,0% do total, correspondendo a um crescimento de 33,5% em relação ao mesmo período do ano anterior
Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês 15 transações, no montante de R$ 687.4 milhões. No acumulado do ano foram 70 operações e investimento de R$ 21,5 bilhões, correspondendo a uma redução 72,0%
Foram mapeados 15 negócios realizados por investidores de 10 países. Os EUA com 4 operações, seguido por Portugal com três operações, foram os de maior apetite estrangeiro no mês.
Maior transação do mês de maio/20 - Centauro faz oferta de ações para captar até R$ 928,8 milhões.
Impacto do COVID-19 em M&A, no mês de maio/20. Mesmo nos países desenvolvidos a expectativa é por uma recuperação mais lenta do que inicialmente imaginado, com a probabilidade de uma reação em “U”, ganhando força em relação a uma volta mais rápida, em “V”. PIB do 2º tri será ainda pior do que a apurada no 1º tri., quando registrou uma queda de 1,5%. O Brasil vai ser um dos países mais impactados, tanto pela queda do PIB, como pelo tamanho do déficit fiscal e da relação dívida/PIB, uma vez que o país está passando por três crises: da saúde, da economia e da política, e não resolveu nenhuma delas. Há um receio de se tomar risco no Brasil. Projetos de envergadura continuam sendo adiados. Empresas congelam aquisições. O momento é de cautela e prioridade é a manutenção do caixa. No Brasil, a Estapar e a Centauro foram as primeiras empresas a anunciar a captação de recursos na Bolsa.
Operações de Fusões e Aquisições divulgadas com destaque pela imprensa brasileira no decorrer do mês de MAIO de 2020.
ANÁLISE DO MÊS
Concentração setorial - Os 5 setores mais ativos responderam no mês de maio/20 por 74,3% do total das operações, contra 72,0% no mesmo mês do ano passado.
Aumento de 45,1% do número de operações em relação ao mês anterior. Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês demais 74 transações em 17 setores da economia brasileira, registrando um aumento de 45,1% em relação ao mês anterior ( 51 operações).
Confrontando com o mesmo mês do ano anterior, constata-se uma queda de 9,8%, quando foram apuradas 82 negócios.
Das 74 transações realizadas em maio, identificadas 62 delas - 83,8% como concretizadas já sob a influência da pandemia. Ao comparar este número de transações pós-covid, com a estimativa do volume de negócios para mai/20, divulgadas em dez/19, permite inferir uma perda potencial de 34,3% dos negócios esperados para este mês.
Evolução nos últimos 5 anos - No acumulado dos primeiros cinco meses de 2020, apuradas 337 operações, registra uma queda 3,7% se confrontado com igual período de 2019, quando foram realizadas 350 operações.
Maiores apetites x maiores quedas. Setores mais representativos. No gráfico dos setores mais ativos no acumulado do corrente ano, além de TI, destacam-se Outros e Hospitais e Lab.de Análises Clínicas.
No acumulado do ano, o segmento com maior crescimento no número de transações em relação o mesmo período do ano passado foi o de TI, com um aumento de 10 operações, seguidos por
Alimentos, Bebidas e Fumo e Imobiliário.
Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações no acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, foram Serviços Portuários e Aeroportuários - redução de 11 operações, seguido por Instituições Financeiras e Serviços para Empresas.
Queda do acumulado do volume de transações dos últimos doze meses. Por conta do Covid-19 o mês de março/20, ficará marcado como o mês da inflexão da curva de crescimento do número de transações que vinha ocorrendo há mais de um ano, desde janeiro de 2019. Por sua vez, o mês de maio mantém o viés de queda.
O mês sinaliza queda de 0,8% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses - maio de 2020, com 1.024 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior.
Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior - mai/19, ainda se mantêm um aumento expressivo de 17,4%.
No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destaca prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos e, no detalhe, (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, e (ii) a evolução da série histórica da taxa de câmbio no mesmo período.
Porte das transacões: Das 74 transações apuradas no mês, 52 são de porte até R$ 49,9 milhões - 70,3 % do total e responderam por 12,3 % do seu valor. Nos primeiros cinco meses de 2020, para este mesmo porte de operações, registraram-se 212 transações representando 62,9% do total e 3,2% do valor. E impacta uma queda de 0,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O volume de transações de porte acima de R$ de 500 milhões foi o que mais sofreu queda no mês com o impacto da pandemia. No acumulado dos cinco primeiros meses, as operações de porte entre R$ 500 milhões a R$ um bilhão, acusaram uma queda de 23,5%. Vale ressaltar que no mês de maio não se registrou operações de porte superior a R$ 1,0 bilhão.
Trimestral - impacto acentuado - Se o volume de transações do 1º trimestre/20 não foi atingido de forma significativa pelo Covid-19, as perspectivas para o 2º trimestre não são nada animadoras. Em princípio, deverá ser o período do ano que registrará a maior perda.
No período de abr. e mai./20, com 125 negócios registra uma queda de 26,5% sobre igual período do ano passado.
Queda de 81,7% do montante dos investimentos no mês em relação ao mesmo mês no ano anterior. Quanto aos montantes dos negócios realizados no mês, estima-se o total de R$ 6,2 bilhões, com um crescimento de de 22,4% em relação ao mês anterior - considerando Valores Divulgados (77,1%) e Não Divulgados/Estimados (22,9%).
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, verifica-se uma queda de 81,7%.
Queda de 29,9% do montante dos investimentos no acumulado do ano. Quanto aos montantes dos negócios realizados nos cinco primeiros meses estima-se o total de R$ 89,6 bilhões, representando uma queda de 29,9% em relação ao mesmo período de 2019.
Os investimentos realizados nas operações de porte de R$ 500 milhões a R$ 1,0 bilhão, bem como as de porte acima de R$ 1,0 bilhão, foram as que apresentaram maior queda, de 14,2% e 37,5% respectivamente.
Vale ressaltar que somente um intervalo de porte de operações, de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões, apresentou crescimento.
Distribuição do montantes das transações por porte - trimestral. Os sinais de queda do montantes de investimentos por conta do Covid-19 são claramente perceptíveis. Basicamente pela insegurança e volatilidade dos ativos em relação aos grandes investimentos.
No período de abr. e mai./20, com investimentos da ordem de R$ 11,2 bilhões registra uma queda de 87,3% sobre igual período do ano passado. Importante mencionar que o primeiro trimestre/20 acusou um crescimento de 98,6% em relação ao 1º trim./2019.
Valor médio das transações no acumulado do ano registra queda de 27,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor médio das transações realizadas no ano alcançou R$ 265,8 milhões, contra R$ 365,3 milhões no mesmo período de 2019, representando uma queda de 27,2%.
A maior queda do valor médio do acumulado do ano ficou por conta das transações de porte superior a R$ 1,0 bilhão, comparativamente com o mesmo período do ano anterior, com 32,1%
Queda de 79,7% do valor médio das transações no mês - No mês de maio/20, verificou-se queda de 79,7% no valor médio das transações em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Mesmo predominando, os Investidores Estratégicos tiveram no ano queda de 10,3% no volume e de 53,1% no valor das operações - O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 52 operações (70,3%), e responderam por 63,3 % dos montantes investidos.
No acumulado do ano, os Estratégicos, com 218 operações - registraram uma queda de 10,3% - responderam por 64,7% dos negócios e 54,1% dos investimentos, no montante de R$ 48,5 bilhões, o que significa uma queda de 53,1% em relação ao mesmo período do ano de 2019.
Os investidores Financeiros cresceram 11,2% no volume e 67,0% no montante dos investimentos nos cinco primeiros meses. Realizaram 22 operações no mês de maio num montante de R$ 2,3 bilhões. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 119 operações - crescimento de 11,2% - correspondendo a 35,3% dos negócios e 45,9% dos investimentos, no valor de R$ 41,1 bilhões, representando um crescimento de 67,0% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Investidores Nacionais com maior apetite no volume, crescimento de 8,1%, e no montante das transações, com aumento de 33,5%. Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis por 59 operações, 79,7%, do total no mês e investimento da ordem de R$ 5,5 bilhões.
No acumulado do ano, os investidores nacionais foram responsáveis por 267 operações - crescimento de 8,1% em relação ao ano anterior, e responderam por 79,2% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 68,1 bilhões, o equivalente a 76,0% do total, correspondendo a um crescimento de 33,5 % em relação ao mesmo período do ano anterior.
Investidores Estrangeiros registraram queda de 32,0% no volume de transações e 72,0% em valor dos investimentos. Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês, 15 operações no montante de R$ 687,4 milhões.
No acumulado do ano, os Estrangeiros com 70 operações - registraram uma queda de 32,0% - responderam por 20,8% dos negócios e 25,0% dos investimentos, no montante de R$ 21,5 bilhões, o que significa uma queda de 72,0% em relação ao mesmo período do ano de 2019.
No mês de maio/20, foram mapeados 15 negócios realizados por investidores de 10 países. Os EUA com 4 operações, seguido por Portugal com 3, foram os de maior apetite estrangeiro no mês.
Maior transação do mês de maio/2020 - Centauro faz oferta de ações para captar até R$ 928,8 milhões - Recursos serão usados para execução de estratégia de crescimento e expansão de negócios. Serão ofertadas 25 milhões de ações ordinárias, que podem ser acrescidas em até 8,75 milhões. Considerando o valor de R$ 27,52, pelo qual o ativo foi negociado no fechamento do pregão de ontem, a captação da empresa pode chegar a R$ 928,8 milhões. 26/05/2020
Maiores negócios nos cinco primeiros meses de 2020.
Distribuição da participação das duas maiores transações e respectivos montantes, mensalmente, ao longo dos cinco primeiros meses do ano.
Impacto do covid-19 em M&A, no mês de maio/20 - Mesmo nos países desenvolvidos a expectativa é por uma recuperação mais lenta do que inicialmente imaginado, com a probabilidade de uma reação em “U” — com o freio por mais tempo— ganhando força em relação a uma volta mais rápida, em “V”. => PIB do 2º tri será ainda pior do que a apurada no 1º trimestre, quando registrou uma queda de 1,5%. => O Brasil vai ser um dos países mais impactados, tanto pela queda do PIB, como pelo tamanho do déficit fiscal e da relação dívida/PIB, uma vez que o país está passando por três crises: da saúde, da economia e da política, e não resolveu nenhuma delas. => Do ponto de vista econômico, a sucessão de efeitos do coronavírus sobre a economia brasileira podem ser descritos em três períodos: Período 1 (fevereiro-março): A redução das vendas esperadas e a perspectiva de um alto número de falências geraram efeito riqueza negativo. Os ativos dos detentores de capital perderam valor, o que afeta negativamente sua capacidade de obter crédito. Período 2 (abril a julho): Espera-se grande aumento no número de falências de empresas, principalmente das micro e pequenas empresas, que terão severos problemas de caixa, decorrentes das restrições ao comércio de bens e serviços determinadas por estados e municípios. Período 3 (agosto de 2020 e 2021): Será o de retomada econômica. O começo será caracterizado por contas públicas deficitárias, elevada relação dívida/PIB, desemprego em alta, produção e renda em baixa, e número de estabelecimentos comerciais em queda. Por mais eficientes que tenham sido as medidas econômicas para preservação da estrutura produtiva no Período 2, dada a quantidade e magnitude dos choques negativos, a redução forte na atividade econômica é inevitável. => Há um receio de se tomar risco no Brasil. Projetos de envergadura continuam sendo adiados. => Empresas congelam aquisições. A retomada das fusões e aquisições vai depender da maior clareza sobre a evolução da pandemia. O momento é de cautela e prioridade é a manutenção do caixa. => No Brasil, a Estapar e a Centauro foram as primeiras empresas a anunciar a captação de recursos na Bolsa. A Centauro via follow-on para captar cerca de R$ 900 milhões e a Estapar, em IPO, R$ 345 milhões.
Em função da dificuldade de se estimar do número de negócios de M&A que deixaram de ser concretizados por conta da crise de Covid-19, procurou-se dimensionar a perda potencial a partir da comparação do cenário projetado de operações de M&A para 2020, antes da pandemia. Ou seja, comparar as projeções divulgadas em dezembro/19, e o volume de transações apuradas em maio/20. Cabe ressaltar ainda, a necessidade da se realizar expurgos do número de transações capturadas no mês corrente, para excluir aquelas que foram informadas agora, mas oriundas de negociações anteriores à crise. Ou seja, tentar, na medida do possível, mapear as transações que realmente foram concretizadas após a influência da pandemia.
Indicador do Volume de Transações 2020: Cenário Dez/19, pré-covid versus Cenário pós-covid. Tem como objetivo estimar qual seria a perda potencial do volume de negócios de M&A, mais aproximada possível. Espera-se que ao longo do 2º trim. teremos normalizada esta situação.
Das 74 transações realizadas em maio, identificamos que 62 delas - 83,8% foram formalizadas já com a influência da pandemia e correspondem a 92.3% dos valores investidos. Ao comparar este número de transações pós-covid, com a estimativa do volume de negócios para mai/20, divulgadas em dez/19, permite inferir uma perda de 34,3% dos negócios esperados para este mês.
Interessante notar que das 62 operações pós-covid, 12 foram adquiridas por empresas estrangeiras, ou seja 19,4%, localizadas em 8 países. E representaram 10,0% dos investimentos realizados no mês. Destaque para a trasancão da empresa alemã, Thyssenkrupp Marine Systems, adquirindo estaleiro Oceana. 20/05/2020
O setor de TI é o que está mais acelerando as aquisições de empresas.
Expectativas projetadas em dez/19 - No final do ano, no contexto do otimismo que prevalecia, divulgamos projeção mensal conservadora esperada ao longo de 2020;
Operações informadas no mês - Trata-se do número de transações coletadas no mês, que inclui também negócios realizados anteriormente, mas só agora informados, captados ou divulgados;
Estimativa de Transacões PÓS Covid-19 - Trata-se da tentativa de identificar as perações realmente realizadas no Brasil após a Organização Mundial da Saúde declarar a pandemia de Covid-19, em 11/03/2020, (com todas as limitações conhecidas). A maior parte das transações informada em março e abril, são ainda negócios realizados anteriormente e que, por conta de prazos contratuais, legais, ou mesmo deliberações pelas partes, são informados somente nestes meses e que não foram impactados decisivamente no processo quando do fechamento das transações.
Percentual de perda de negócios (dez-19 / pós Covid-19): O indicador retrata o percentual de perdas de transacões no mês, considerando a expectativa projetada no cenário de dez/19, e o volume efetivamente apurado de operações realizadas após o Covid-19
SUMÁRIO DOS DESTAQUES DO MÊS - FUSÕES E AQUISIÇÕES
A ordem da relação das transações de Fusões e Aquisições segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e/ou postadas no blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. onde podem ser localizadas
- Fusões e Aquisições: transações realizadas em abril/20
- TI - RADAR de Fusões e Aquisições, em abril/2020
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