01 abril 2020

Há 10 anos a Volvo alterava o curso de sua história graças à aquisição pela Geely

Ao adquirir a sueca, o grupo chinês deu total liberdade para a montadora se renovar

Há 10 anos, o mundo ainda vivia os efeitos de uma grave crise econômica iniciada dois anos antes — que por diversos fatores demoraria para chegar por aqui, mas que também causaria muitos estragos. A quebra de 2008 atingiu em cheio as montadoras de veículos.

Em meio a crise, a Ford se viu obrigada a vender suas subsidiárias de luxo, as principais eram Jaguar Land Rover e Volvo. Enquanto a inglesa foi adquirida pela indiana Tata, a sueca se viu nas mãos da chinesa Zhejiang Geely Holding, ou simplesmente Geely. O acordo de aquisição foi assinado no fim de março de 2010, ou seja, há 10 anos.

O que poderia ser um grande problema para a marca de veículos luxuosos, afinal, a China ainda estava se transformando na “fábrica do mundo” e era relativamente nova nas relações comerciais de grande impacto com outros países, se tornou a salvação da sueca, que deixou de ser puramente europeia para se tornar verdadeiramente global.

Com um “cheque em branco”, a Volvo viu na parceria com a Geely a oportunidade de crescer. A partir de 2010, as duas traçaram um novo futuro para a marca sueca, com base em alguns elementos fundamentais: independência técnica, presença global de fabricação, identidade de marca reforçada e governança Geely.

Para o executivo-chefe da Volvo, Håkan Samuelsson, a sueca está mais forte do que nunca. “Com a Geely, começamos uma nova fase de sucesso que nos levou a um nível totalmente novo. Renovamos completamente nosso portfólio de produtos, estabelecemos uma presença global e quase dobramos nossas vendas”.

Passada uma década e de olho no futuro, a Volvo Cars desenvolve uma base firme para tornar-se líder em eletrificação, condução autônoma e novos modelos de mobilidade. Tudo isso paralelamente a uma cooperação cada vez mais estreita com suas marcas irmãs sob supervisão da Geely.

Nos próximos anos, a sueca pretende se estabelecer como líder em eletrificação. Até 2025, almeja que metade de seu volume global de vendas seja de veículos 100% elétricos, com os demais híbridos. Segundo a marca, esses carros farão parte de uma nova geração de Volvos baseados na plataforma SPA2, que irá substituir a atual e bem-sucedida arquitetura modular.

Além da eletrificação, outro foco da sueca é a tecnologia autônoma. A empresa espera desempenhar um papel de liderança mundial na introdução segura deste tipo de tecnologia. Para estabelecer essas metas, a marca montou, na última década, um modelo de negócios sustentável e lucrativo, criando uma plataforma sólida para esse crescimento, que é visto em números.


O S60 foi o último a passar pela grande renovação da marca.
Em 2011, o primeiro ano cheio após a aquisição da Geely, a Volvo Cars fechou o ano com 449.255 veículos comercializados em todo o mundo. Além disso, a marca contava, em nível global, com 21,5 mil funcionários. Em 2019, o número de colaboradores duplicou, chegando a 43 mil, e de vendas quase dobrou, batendo em 705.452 unidades comercializadas.

A renovação completa da linha é a principal responsável pelos números de sucesso. Desde 2014, com o lançamento da nova geração do XC90, a empresa renovou completamente seu portfólio de produtos com uma gama de novos SUVs, sedans e wagons baseados nas arquiteturas modulares SPA, desenvolvida pela Volvo, ou pela CMA, co-desenvolvida com a Geely.

O sucesso global da nova linha se traduziu em números. Os novos modelos foram responsáveis por seis recordes seguidos de vendas e lucros da marca. O ápice veio em 2019 quando a marca superou pela primeira vez a barreira de 700 mil veículos vendidos em um ano.

No Brasil, a Volvo cresceu 15,8% (bem acima da média do mercado), com quase oito mil unidades vendidas. Além disso, a sueca se tornou a marca premium com o melhor número de vendas de veículos eletrificados, com 1,1 mil modelos emplacados... leia mais em diáriodopoder  31/03/2020


01 abril 2020



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