21 janeiro 2020

O que 2019, o ano dos IPOs, ensinou sobre o valor de mercado de startups e unicórnios

A presidente da Bolsa de Nova York, Stacey Cunningham, participou de painel com CEO da Goldman Sachs e CEO da General Atlantic para falar sobre unicórnios e seus valores de mercado

2019 foi “ano do IPO”. Em vários casos, no entanto, a abertura de capital das startups trouxe dúvidas sobre avaliações de seu valor (valuation) antes do processo de oferta pública inicial de ações. Isso levantou questões como a falta de transparência e ética, afirmou a presidente da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), Stacey Cunningham. Ela esteve ao lado de William Ford, CEO da firma de investimentos General Atlantic e David Solomon, CEO do Goldman Sachs, em debate no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

“Investidores privados ignoraram muitas questões porque não queriam perder o próximo grande investimento, então não fizeram as perguntas necessárias,” disse Stacey Cunningham. “A abertura de capital injeta disciplina e transparência nas empresas.”

Essa injeção de regulamentação pode ser uma das causas da demora cada vez maior para empresas se tornarem públicas. “Se você coloca certas regulamentações em uma empresa pública e não em uma empresa privada, é claro que companhias vão preferir continuar privadas.”

“Elas têm dinheiro para se autorregular, mas escolhem não investir nisso,” adicionou Solomon, do Goldman Sachs.

2019 foi um ano cheio de IPOs. Uber, Slack, Lyft, Beyond Meat e Pinterest todos abriram capital no ano passado, mas apenas a Beyond, fabricante de carne à base de plantas, foi um grande sucesso. Uber e Lyft, por exemplo, perderam valor após a abertura.

O IPO mais notável do último ano foi um que não aconteceu. O WeWork, empresa de coworking, esperava abrir seu capital, mas adiou — e depois cancelou — a oferta após investidores questionarem seu modelo do negócio e o quanto a companhia conseguiria ser rentável. Antes do IPO, a empresa tinha seu valor estimado em US$ 47 bilhões.

“O processo funcionou com o WeWork,” disse Solomon, ao ser questionado se o mercado havia errado ao apurar o valor da empresa. “O processo coloca tudo dentro da realidade. Pode não ter sido tão bonito quanto alguns gostariam, mas funcionou.”

Segundo Solomon, o mercado aprendeu sua lição. “A necessidade de pensar a respeito do caminho rumo à lucratividade está ficando mais importante,” afirmou.

O WeWork acabou abrindo mão do IPO e foi resgatado por um investimento massivo do SoftBank, conglomerado de investimento japonês que já havia feito grandes aportes na startup.

“O SoftBank é um exemplo de quem vai atrás de crescimento a qualquer custo,” disse Ford. Segundo ele, o conglomerado teve forte influência em como empresas se mantiveram privadas por mais tempo — e sem lucrar — nos últimos anos.

“Eles (SoftBank) insistiam que as empresas se globalizassem antes mesmo de aperfeiçoarem seu modelo de negócios regionalmente,” continuou Ford. “Eles tinham o capital para fazer isso, e acho que mercado perdeu seu rumo com isso.”.. Leia mais em epocanegocios 21/01/2020


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21 janeiro 2020



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