17 dezembro 2019

Brasil 2020: Na cabeceira da pista, prontos para decolar

Preparamos este relatório especial no qual olhamos com profundidade para a situação atual e apontamos as oportunidades para os investimentos em 2020. Aproveite a leitura!

“O cenário é super otimista para o Brasil em 2020 e reforçamos a mensagem: estamos em um processo transformacional no nosso país”

À nossa frente, o horizonte está limpo e aberto. Os preparos necessários já foram feitos e, agora, estamos na cabeceira da pista, prontos para decolar. Esse é o Brasil de 2020.

O rastro da crise econômica começa, enfim, a ficar para trás. 2019 foi um ano transformacional e acreditamos que 2020 será exponencial.

Pela primeira vez vivemos um ciclo de baixa sustentável da taxa de juros no Brasil. A nossa perspectiva é de que isso não só se mantenha, mas surpreenda positivamente e impulsione a economia, que deve finalmente crescer acima de 2%. Vemos a aceleração do crescimento como o tema de 2020. E isso muda o jogo.

Com a inflação baixa e ancorada, juros na mínima histórica, crescimento acelerando e o desemprego gradualmente diminuindo, a confiança deve crescer e o país, engrenar. A base para sustentar essa retomada foi construída a partir do aperto das contas do governo e a heroica aprovação da reforma da Previdência, que deu início a um novo ciclo econômico.

A agenda estruturante e reformista segue firme e, se levada adiante, pode destravar de vez o ambiente de negócios. Os desafios ainda são amplos e precisamos, como país, manter o foco. Mas fizemos a lição de casa e 2020 é o ano em que os frutos começam a ser colhidos. Por isso, estamos otimistas.

É o início de uma nova Era: confiantes com o futuro, de cintos afivelados e, finalmente, prontos para decolar.

Nesse cenário, as decisões de investimentos se tornam cada vez mais importantes. As oportunidades são amplas e o custo de ficar parado nunca foi tão alto. O brasileiro precisa sair da inércia. Essa é a chave para um futuro próspero.

Preparamos este relatório especial no qual olhamos com profundidade para a situação atual e apontamos as oportunidades para os investimentos em 2020. Aproveite a leitura!

A retomada do crescimento

“O final do ano dá indícios de que 2020 poderá finalmente ser um ano melhor no âmbito econômico.”

2019 foi um ano desafiador para a economia brasileira, que desapontou no crescimento. Entretanto, a inflação foi a grande surpresa positiva, ficando abaixo do esperado e, assim, permitindo juros em patamares antes inimagináveis. O fim do ano está sendo um pouco mais encorajador, dando indícios de que 2020 poderá finalmente ser um ano melhor no âmbito econômico.

A recuperação mais disseminada entre os diversos setores da economia, o cenário de juro historicamente baixo e a possibilidade de aprovação de importantes reformas, que ajudam a diminuir o rombo fiscal e a aumentar a produtividade do país, nos fazem acreditar que 2020 será um ano crucial para o desempenho econômico nos próximos anos.

Para entender a nossa visão da economia em 2020, é importante analisarmos os elementos que mais contribuíram positiva e negativamente para a atividade econômica em 2019 e elencar os principais desafios que podemos vir a enfrentar.

O ano que passou

(1) Depois da frustração e incertezas, a retomada

A princípio, o primeiro semestre de 2019 foi marcado pela frustração com o crescimento do PIB. Motivos internos e externos contribuíram para isso, como o atraso da reforma da Previdência e a desaceleração mais acentuada do comércio mundial que impactou negativamente as principais economias globais.

No entanto, melhores ventos passaram a soprar ao fim do ano. A reforma da Previdência acabou garantindo uma economia maior do que a esperada, a MP da liberdade econômica deu maior amplitude à reforma trabalhista e indicadores de atividade econômica dos EUA e Europa reforçaram o entendimento de que o risco de recessão nessas economias reduziu consideravelmente.

(2) Ajuste fiscal em curso, a despeito da rigidez orçamentária

Em linha com o que esperávamos, o governo deu continuidade ao ajuste fiscal em 2019. O resultado primário do setor público ainda é negativo (despesas maiores que receitas), mas segue com sinais consistentes de recuperação. Começamos o ano com uma economia negativa, da ordem de 1.6% do PIB, e devemos fechar o ano com uma economia negativa de 1.2% do PIB.

Assim, o esforço fiscal ao longo do ano deverá garantir uma recuperação de 0.4% do PIB. Apesar do superávit ainda ser negativo, a economia decorrente da reforma da Previdência ajudará a estabilizar a dívida pública na próxima década, eliminando, quase que por completo, o risco de solvência fiscal. O Brasil não está mais quebrado e isso é transformacional.

(3) Inflação e juros em patamares historicamente baixos

Apesar da pressão adicional gerada por alguns choques de preços pontuais (ex.: proteínas, energia elétrica, etc), a inflação brasileira ficou em um patamar historicamente baixo ao longo de 2019. Isso deu ao Banco Central a possibilidade de reduzir a taxa de juros a ponto de atingir várias vezes a mínima histórica. O longo ciclo de corte de juros impulsionou a oferta de crédito e garantiu o protagonismo do setor varejista na recuperação da atividade econômica, que começa a ganhar força.

(4) Desvalorização cambial: dólar em sua máxima

Nos últimos meses de 2019, três principais fatores estruturais contribuíram para a desvalorização do real frente ao dólar:

Diferencial de crescimento econômico ainda não ajuda: apesar da recuperação da economia brasileira, o crescimento do PIB do Brasil ainda está aquém do crescimento do PIB americano.

O diferencial de juros entre Brasil e EUA diminuiu: enquanto o Banco Central americano (FED) tem sinalizado manutenção de juros em virtude da recuperação da atividade industrial e do vigor do mercado de trabalho, o Banco Central do Brasil deve entregar mais um corte de 0,25%, reduzindo a taxa Selic para a sua nova mínima histórica, a 4,25%.

Riscos assimétricos: A redução do risco de recessão das principais economias avançadas ocorre em um momento em que a percepção de risco nas economias latino-americanas continua elevada, reduzindo o apetite a risco.

A economia em 2020

Crescimento e inflação

Após 5 anos de desempenho muito aquém do potencial, acreditamos que 2020 será marcado pela retomada do crescimento econômico. O longo ciclo de corte de juros que se iniciou na administração passada e que teve continuidade em 2019 passará a exercer maiores efeitos sobre a atividade econômica brasileira e deverá seguir sustentando a oferta de crédito e parte dos investimentos. Quanto à inflação, ainda vemos um comportamento benigno devido à alta ociosidade da economia e ao processo de recuperação gradual. Projetamos um crescimento do PIB de 2,3% e uma inflação ao consumidor (IPCA) de 3,7% para 2020.

Cenário internacional

A recuperação da atividade econômica deve seguir lenta e bastante dependente dos desdobramentos políticos e geopolíticos no mundo. Na nossa visão, a aproximação das eleições presidenciais nos Estados Unidos (um dos principais acontecimentos do ano) aumenta a possibilidade de que o presidente americano, Donald Trump, tente chegar a um acordo comercial mais consistente com a China com o intuito de pacificar esse ponto e aumentar as suas chances de reeleição. No entanto, o cenário base é de que o ambiente externo, caracterizado por alta polarização política e desglobalização, seguirá adicionando riscos ao crescimento do Brasil.

Juros e câmbio

Acreditamos que o BC não deverá subir os juros em 2020, mantendo-os em 4,25% até o 1º trimestre de 2021. Isto é, o conjunto formado por retomada econômica gradual, incerteza em relação ao avanço das reformas e um cenário internacional ainda bastante incerto, nos leva a crer que a taxa de câmbio deve apresentar comportamento similar ao de 2019 e permanecer no intervalo 3,90 – 4,20.

Agenda de reformas

A aprovação da Reforma da Previdência ajudou a estancar o rombo fiscal no curto prazo. No entanto, a continuidade do processo de reformas e ajustes que gerem sustentabilidade da trajetória fiscal futura e aumento de produtividade é de suma importância para garantir a continuidade do processo de recuperação da economia em 2020.  Por isso, a tramitação de pautas como a Reforma Tributária, PEC Paralela (Estados e Municípios) e o Plano mais Brasil, dividido em três PECs (Pacto Federativo, Emergencial e Fundos), deve continuar sendo monitorada. O nosso entendimento é de que a aprovação dessas medidas não será fácil e pode vir a adicionar incerteza no cenário econômico ao longo de 2020.

Quais são os riscos?

1) Redução muito lenta da taxa de desemprego

Por mais natural que seja o mercado de trabalho demorar para reagir aos ciclos econômicos, a taxa de desemprego vem caindo muito lentamente. Entre set/2017 e set/2019, ela caiu apenas 0.6 pontos percentuais, passando de 12,6% para 12%. Nesse ritmo, a taxa de desemprego retornaria para sua média histórica de 9,35% apenas em abril de 2025. Assim, se o mercado de trabalho não esboçar melhora, o comprometimento de renda das famílias pode vir a ser um fator de preocupação.

2) Estagnação do setor industrial 

Apesar da melhora nos últimos meses, a produção industrial brasileira ainda passa por uma estagnação profunda. Dessa forma, se esse cenário não se inverter em alguma medida em 2020, a estagnação desse setor poder vir a tirar dinamismo de outros setores.

3) Cenário externo incerto

É provável que 2020 ainda seja marcado por incertezas com relação ao crescimento do PIB das principais economias e pela desaceleração do comércio global. Além disso, riscos políticos e geopolíticos seguem no radar, podendo contaminar o cenário de recuperação econômica do Brasil.

4) Atraso da agenda de reformas

A retomada do crescimento econômico é bastante dependente do avanço da agenda de reformas. Dessa forma, eventuais frustrações com o seu avanço terão impacto imediato sobre o cenário econômico... Leia mais em xpi 12/12/2019


17 dezembro 2019



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