12 setembro 2019

Usina Pampa Sul não será vendida neste ano

Com o objetivo de "descarbonizar" sua matriz energética, a Engie Brasil Energia resolveu, em 2016, se desfazer dos seus ativos a carvão no País (no caso a usina gaúcha Pampa Sul e o complexo termelétrico catarinense Jorge Lacerda, que serão alienados separadamente). Apesar de ter chegado perto de concretizar as vendas dos empreendimentos, quando abriu tratativas com a empresa ContourGlobal, a Engie ainda não conseguiu finalizar a operação. E, a respeito da planta localizada no Rio Grande do Sul, em Candiota, a meta é vendê-la a partir de 2020.

"Como ela (Pampa Sul) não estava pronta, decidimos seguir apenas com a venda da Jorge Lacerda", explica o diretor-presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini. A térmica iniciou sua operação comercial em 28 de junho deste ano. O dirigente argumenta que ainda não está no momento da alienação, pois a usina acabou de entrar em operação comercial e não terminaram os testes de performance. A ideia é esperar alguns meses de atividade, de forma a garantir ao futuro comprador o perfeito funcionamento da unidade. De acordo com o gerente da Usina Termelétrica Pampa Sul, Renato Barbosa, a planta vem apresentando boa performance e atingindo a geração prevista em projeto e com as emissões dentro dos limites estabelecidos. A estrutura tem potência instalada de 345 MW (cerca de 8,5% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul).

Sobre o complexo Jorge Lacerda, localizado no município catarinense de Capivari de Baixo, Sattamini acredita que seja possível fechar o negócio desse empreendimento nos próximos meses, já que se trata de um ativo maduro. O dirigente informa que, em relação a essa unidade, existem companhias analisando, já com propostas colocadas. No entanto, devido ao contrato de confidencialidade, o executivo não divulga as empresas interessadas, nem o valor do negócio. "Estamos avaliando essas propostas, e devemos ter uma decisão em breve", reforça.

O diretor-presidente da Engie Brasil Energia lembra que a companhia decidiu deixar os empreendimentos a carvão no País para estar em linha com a estratégia de descarbonização da matriz energética do grupo Engie em todo o mundo. Dentro desse planejamento, a empresa desativou há cerca de três anos a termelétrica de Charqueadas, que tinha uma potência de 72 MW. Conforme o dirigente, hoje o carvão representa menos de 5% da geração do grupo, que já vendeu € 9 bilhões de ativos dessa matriz energética. No Brasil, o carvão é responsável por pouco mais de 10% da geração da empresa- 857 MW de capacidade instalada do complexo termelétrico Jorge Lacerda e 345 MW de Pampa Sul.

Sobre os segmentos que concentrarão os novos investimentos, Sattamini informa que a empresa está aportando cerca de R$ 2 bilhões nos próximos dois anos para expandir a sua matriz renovável, hoje responsável por quase 90% da energia produzida pela companhia no País. A meta da empresa é crescer, principalmente, nas fontes eólica, solar e hidráulica, além de se manter atenta a investimentos em térmicas a biomassa (queima de matéria orgânica). Atualmente, entre outras iniciativas, a companhia realiza a construção do conjunto eólico Campo Largo 2, na Bahia, nas cidades de Umburanas e Santo Sé, totalizando 361,2 MW de capacidade instalada. O investimento aproximado é de R$ 1,6 bilhão e a entrada em operação completa está prevista para o primeiro semestre de 2021.

Com a implantação de Campo Largo 2, a capacidade instalada de energia eólica do grupo vai ultrapassar a marca de 1 mil MW no Brasil, contribuindo para a meta da Engie de alcançar 9 mil MW no mundo de expansão em energias renováveis até 2021... Leia mais em jornaldocomercio 12/09/2019

12 setembro 2019



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