Dona de 50,1% da companhia, Odebrecht negocia com a LyondellBasell
A compra da participação da Odebrecht na Braskem pela holandesa LyondellBasell está prestes a cumprir mais uma importante etapa. O presidente da Braskem, Fernando Musa, acredita que a due diligence (busca de informações sobre uma empresa) está próxima de terminar. Hoje, a Odebrecht possui 50,1% do capital votante e 38,3% do capital total da maior petroquímica brasileira, e a Petrobras tem, respectivamente, 47% e 36,1%, sendo o restante diluído no mercado.
Musa apresentou, nessa terça-feira, os resultados financeiros da Braskem no terceiro trimestre do ano em reunião realizada na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), em São Paulo. Na ocasião, o dirigente argumentou que, como é o acionista majoritário (Odebrecht) que está tratando da fusão, só iria falar de uma maneira conceitual sobre o aproveitamento das sinergias com a junção das companhias. Além da combinação das capacitações das duas empresas, o executivo cita os ganhos logísticos (com compartilhamento de navios e vagões) e com a negociação de matéria-prima. Outra vantagem é que o Brasil é exportador de polipropileno e a Europa, importadora, ou seja, a união dos grupos facilitaria a entrada dessa resina no mercado europeu.
O presidente da Braskem diz que é possível ocorrer ainda neste ano a fusão, mas prefere não estimar se é provável. Musa reforça que a empresa não interrompe o seu dia a dia devido à transação. Quanto à Lava Jato, o executivo comenta que a operação já faz parte do passado da empresa, mas notícias que saem na mídia criam distrações para a companhia. Na semana passada, o nome da Braskem esteve envolvido com a Operação Armistício, que investiga suposta propina paga pela Odebrecht a senadores para aprovação, em 2012, de um projeto de resolução a respeito da chamada "guerra fiscal nos portos".
Quanto ao balanço na Braskem, no terceiro trimestre deste ano em relação ao igual período em 2017, a recuperação das vendas no Brasil depois da greve dos caminhoneiros e o crescimento nos Estados Unidos e no México levaram o grupo a registrar um Ebitda de R$ 3,6 bilhões (US$ 909 milhões). O lucro líquido cresceu 68% na mesma comparação, chegando a R$ 1,34 bilhão. A geração livre de caixa alcançou R$ 1,5 bilhão.
A demanda de resinas no mercado brasileiro (polietileno, polipropileno e PVC) foi de 1,4 milhão de toneladas no trimestre, 9% superior ao trimestre anterior, que foi impactado pelas restrições logísticas decorrentes da greve e também influenciada pela sazonalidade. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, a demanda de resinas foi 3% superior. No acumulado do ano, a demanda de resinas apresentou expansão de 3%, devido ao maior nível de atividade, principalmente, nos setores de embalagens, agricultura e consumo. As vendas de resinas da Braskem totalizaram 917 mil toneladas, um aumento de 12% em relação ao segundo trimestre de 2018 e superior ao desempenho do mercado. Em relação ao terceiro trimestre de 2017, as vendas ficaram em linha. No acumulado do ano, as vendas de resinas no Brasil apresentaram expansão de 1%, totalizando 2.624 mil toneladas.
No cenário internacional, o destaque fica por conta da unidade de polipropileno nos Estados Unidos. Ao término do terceiro trimestre, a Braskem já havia investido US$ 341 milhões de um total de US$ 675 milhões previstos para a construção da nova planta de produção dessa resina em La Porte, no Texas. O complexo, com capacidade para 450 mil toneladas ao ano, deverá começar a operar em 2020. Neste terceiro trimestre do ano, a Braskem figurou com um market share de 67% no mercado nacional de resinas termoplásticas. O resultado representa uma pequena queda em relação ao mesmo período do ano passado, quando o percentual era de 69%.
Um dos focos da empresa está na diversificação do uso de matérias-primas. Hoje, do volume de insumos aproveitados pela companhia, 82% vem da nafta e o restante, do etano/propano, propeno, etanol e HLR (um gás de refinaria). Ainda sobre matéria-prima, Musa adianta que a meta é conseguir alcançar um equilíbrio entre a nafta e a base de gás. O executivo acrescenta que o contrato de nafta com a Petrobras, que tem duração de cinco anos e encerra no final de 2020, terá a negociação da sua renovação iniciada a partir do próximo ano. - Jornal do Comércio Jefferson Klein Leia mais em jornaldocomercio 14/11/2018
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quarta-feira, novembro 14, 2018
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Ruy Moura
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