O programa de vendas de ativos da JBS, iniciado após a delação premiada de seus principais acionistas e do acordo de leniência fechado pela holding J&F, que controla a companhia, gerou uma receita de R$ 6 bilhões e ajudou a empresa a reduzir sua dívida líquida em R$ 4,8 bilhões no terceiro trimestre do ano. A informação foi divulgada pelo Chief Operating Officer (COO) Global da empresa, Gilberto Tomazoni, durante teleconferência para apresentação dos resultados da companhia no terceiro trimestre.
Para o quarto trimestre, a expectativa é de redução ainda maior da dívida de curto prazo, quando novas receitas com venda de ativos forem incorporadas ao balanço, informou Jeremiah O’Callaghan, diretor de relaações com investidores da empresa. A meta da JBS é reduzir sua alavancagem para algo ao redor de três vezes o Ebitda da companhia.
Em julho, a empresa conseguiu renegociar dívidas de cerca de R$ 20,5 bilhões com bancos credores, o que garantiu condições para normalidade das operações da JBS. Após a delação de seus controladores, a empresa passou a ter dificuldades para ter acesso a novas linhas de crédito.
— Nossa alavancagem caiu para abaixo de 3,5 vezes o Ebitda (lucro antes de impostos, amortizações e pagamento de juros). Temos a menor alavancagem do nosso setor no Brasil — afirmou Tomazoni.
A JBS vendeu suas operações de carne na Argentina, Paraguai e Uruguai por cerca de R$ 1 bilhão. Os 19,43% das ações que a JBS possuía na Vigor, vendida aos mexicanos do Grupo Lala por R$ 5 bilhões, renderam mais R$ 1,11 bilhão à companhia. Em setembro, a JBS também vendeu a Moy Park, uma das principais processadoras de carne na Europa, por US$ 1 bilhão para a Pilgrim’s Pride, uma empresa controlada pela própria JBS.
Com essa entrada de receitas, a companhia conseguiu reduzir em R$ 4,8 bilhões a dívida líquida no terceiro trimestre, que somava R$ 50,3 bilhões ao final de junho e passou a R$ 45,5 bilhões ao final de setembro. Segundo a empresa, 94% de sua dívida está em dólares e 6% em reais.
A JBS reportou teve lucro líquido de R$ 323 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 64% sobre o resultado do mesmo período do ano anterior, de R$ 887 milhões. A empresa informa que se não tivesse aderido ao Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), o chamado Refis do governo federal, com débitos que somam R$ 4,2 bilhões, teria tido um lucro líquido de R$ 1,9 bilhão no período.
A processadora de carnes JBS acredita ter espaço para melhorar suas margens no próximo trimestre e ao longo de 2018 em divisões como carne bovina nos Estados Unidos e de produtos processados no Brasil. No Brasil a divisão de carne bovina teve queda de vendas de 31,4%, diante da necessidade de redução dos abates, informou a empresa. Mas o Brasil responde por apenas 12% dos negócios da JBS.
— No Brasil, temos muito a fazer no negócio de carne. Nosso volumes de vendas ficaram abaixo do ideal — disse Tomazoni, observando entretanto que a empresa não reduziu sua capacidade produtiva no país. Fonte: O Globo JBS faturou R$ 6 bilhões com programa de vendas de ativos Leia mais em sofatos 14/11/2017
14 novembro 2017
JBS faturou R$ 6 bilhões com programa de vendas de ativos
terça-feira, novembro 14, 2017
Alimentos, crise, Desinvestimento, Investimentos, Oportunidades, Sinergia, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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