27 novembro 2017

Clínicas populares fazem ofensiva para superar temporada de crise

Um sistema de atendimento que já existia há muito tempo com características beneficentes ou assistenciais, as chamadas clínicas populares agora têm a lucratividade como meta. O alvo é o público que não quer ficar à mercê do Sistema Único de Saúde (SUS), mas não consegue arcar com o custo de um plano de saúde.

Esse mercado vem sendo potencializado pela crise econômica que somente entre maio de 2015 e maio de 2016 afastou mais de 1,4 milhão de pessoas dos planos, reduzindo seu universo de usuários em 2,8%, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp), Yussif Ali Mere Júnior, disse que o principal responsável pela expansão desse mercado não é exatamente a crise, mas o fato de a saúde ser cada vez mais dispendiosa. "É um problema mundial, temos que saber fazer o melhor com o que temos", argumentou. Ali Mere é um dos mentores da Rede Integra, criada no começo deste semestre com o apoio do Sindhosp.

A Rede é integrada inicialmente por 55 clínicas da capital paulista e da região do ABC com o objetivo de oferecer consultas a preços que ficam entre R$ 90 (especialidades médicas) e R$ 120 (subespecialidades). Segundo a presidente da Rede, Vivian Nascimento, o objetivo é começar com clínicas e incluir exames a partir de fevereiro e, em uma terceira etapa, ainda sem prazo definido, incluir hospitais. O pulo do gato é uma plataforma comum de agendamentos e de arquivamento do histórico de cada paciente. Vivian disse ainda que a Integra pretende se expandir para todo o Estado de São Paulo e outros Estados.

Enquanto a Integra está fase inicial, outras redes estão em plena atividade, entre elas a Dr. Consulta, com cerca de 50 clínicas na capital, ABC e litoral paulista e que promete consulta para o mesmo dia. Entre outras redes em atividade há algumas que se expandiram a partir de experiências bemsucedidas iniciadas em cidades médias do interior, como a Acesso Saúde, criada em Colombo (PR), e a Medic Mais, nascida em Patos de Minas (MG), em 2014. Ambas operam por sistemas de franquia.

A partir de Colombo, município da Grande Curitiba onde surgiu em 2006, a Acesso Saúde se espalhou e está presente em dez unidades da federação, segundo Antonio Carlos Brasil, fundador e presidente da empresa. A meta era alcançar 50 unidades este ano, mas atualmente são 41. A empresa fechará 2017 com um faturamento total de R$ 40 milhões (foram R$ 26 milhões em 2016) e planeja crescer 25% no próximo ano, para R$ 50 milhões. Os preços das consultas partem de R$ 73.

A Medic Mais fatura mais de R$ 250 mil por mês em Patos de Minas, segundo seu presidente, David Pinto. As consultas custam a partir de R$ 80 e a empresa pretende fechar 2017 com 40 unidades franqueadas e dobrar esse número em 2018. Pinto disse que o sistema de franquia está apenas começando na área de saúde e que por isso ele vê "excelentes perspectivas" de crescimento para os próximos anos. Fonte: Valor Econômico Autor: Chico Santos Leia mais em tudofarma 27/11/2017

27 novembro 2017



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