19 julho 2017

Chineses querem comprar Renova Energia e ativos de geração da Light

Grupo chinês CIRI Information Technology Co. disse que representa conglomerados orientais como a PowerChina

Grupos chineses têm interesse na aquisição da empresa de energia limpa Renova Energia e nos ativos de geração de sua controladora, a Light, além da disposição de injetar recursos nas empresas para continuar projetos em desenvolvimento e pagar dívidas, segundo documento visto pela Reuters.

Tanto Light quanto Renova são controladas pela estatal mineira Cemig, que anunciou recentemente um enorme plano de desinvestimentos para reduzir dívidas que inclui a possível venda integral das duas empresas.

Em uma carta de intenções enviada à alta cúpula das companhias, o grupo chinês CIRI Information Technology Co. disse que representa conglomerados orientais como a PowerChina e que estes possuem interesse em comprar ativos de geração de energia renovável no Brasil, o que incluiria a totalidade da área de geração da Light e a Renova.

O interesse pelos ativos foi oficializado em 10 de julho, dias antes de a Light anunciar que concedeu exclusividade por 60 dias à canadense Brookfield em negociações para a venda da Renova, em um movimento que indica que possivelmente os ativos das duas empresas não serão negociados em conjunto.

"A PowerChina tem interesse em globalizar suas operações e conta com suporte técnico e parceria financeira com o CIRI para execução desses objetivos", afirma a CIRI, empresa que executa ações de gestão e intermediação de investimentos financeiros para os principais bancos de fomento e investimento da China.

A Light é responsável pela distribuição de eletricidade na região metropolitana do Rio de Janeiro e possui cerca de 900 megawatts em ativos de geração, além de parte da Renova Energia, que investe principalmente em usinas eólicas.

Na carta, os chineses citam interesse na "realização de oferta de aquisição global do parque gerador do Grupo Light" e dizem que há "disposição para aporte direto de capital primário e secundário" para amortizar dívidas de curto prazo da elétrica, o que se daria em troca da participação societária da Cemig na empresa.

A proposta poderia incluir também a compra integral da área de geração da Light, incluindo participações dos demais sócios da empresa no negócio.

O interesse também envolve a injeção de capital primário e secundário na Renova, com possibilidade de compra da totalidade da companhia (cláusula de "tag along") e garantia de até 100 por cento dos recursos necessários para desenvolver os projetos em desenvolvimento que fazem parte do plano de expansão da geradora renovável.

As propostas evidenciam uma forte movimentação de investidores estrangeiros em busca de ativos de energia no Brasil mesmo em meio à maior crise econômica do país.

Procurada, a Cemig afirmou que não vai comentar o assunto.

A Light disse que "está atenta às oportunidades relacionadas aos seus ativos" e manterá o mercado informado. A Renova não comentou imediatamente o assunto.

A Reuters publicou no início de julho que a Renova Energia já atraiu uma proposta da investidora em empresas em reestruturação Oak Tree Capital Management, além da oferta da Brookfield.

A empresa de energia renovável controlada por Cemig e Light tem sofrido com falta de recursos para tocar um ambicioso plano de investimentos em usinas eólicas e solares desde o fracasso de um acordo com a norte-americana SunEdison --que havia se comprometido a aportar capital na companhia, mas desistiu do negócio após entrar em recuperação judicial nos EUA.

A Cemig também já disse recentemente que pretende vender a totalidade da Light. Em teleconferência neste mês, executivos do grupo mineiro disseram que receberam manifestações iniciais de interesse no ativo por pelo menos 12 empresas.

A Reuters publicou no início de junho que os planos para venda de ativos da Cemig e da estatal federal Eletrobras provavelmente atrairiam interesse de grupos chineses e de fundos de investimento, que têm uma visão de longo prazo em seus investimentos em energia no país. Por Guillermo Parra-Bernal e Luciano Costa Reuters Leia mais em DCI 19/07/2017 

19 julho 2017



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