02 janeiro 2017

Ibovespa pode alcançar 70 mil pontos até dezembro de 2017

Na média das projeções de mercado, o principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo (o Ibovespa) pode alcançar 70 mil pontos no final de 2017, uma elevação de 16% num cenário em que o Congresso Nacional aprove as reformas estruturais do País.

Em 2016, o Ibovespa fechou em alta de 38,93%, aos 60.227,29 pontos, impulsionado pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e pela aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) do teto dos gastos públicos por 20 anos.

"O Ibovespa com valorização de 38% não é nada ruim, mas ainda é um processo de recuperação. A melhora foi a partir do processo de impeachment da Dilma e foi até novembro [64 mil pontos] para depois ceder um pouco por causa das questões políticas do governo Temer", lembrou o economista-chefe da Modalmais, Alvaro Bandeira.

No cenário otimista dele, o Ibovespa poderia alcançar os 74 mil pontos no final de 2017. "A força da economia norte-americana não pode ser desprezada, pode haver uma retomada global, o que reflete na bolsa de valores e nas commodities", aponta.

O cenário pessimista do mercado para 2017 considera uma eventual cassação da chapa Dilma/Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que poderia gerar mais incertezas políticas na economia brasileira, neste caso, as projeções indicam a queda do Ibovespa para o patamar de 54 mil pontos.

Na hipótese mais otimista, se o governo tivesse sucesso na execução do ajuste fiscal na esfera federal e nos estados e municípios, e aprovasse sem alterações no Congresso as reformas da previdência e trabalhista, e ainda pudesse encaminhar a reforma tributária, o mercado revisaria o Ibovespa para 85 mil pontos.

"A aprovação da reforma da Previdência beira o impossível, acredito que o Congresso vai ceder em alguma coisa e que sairá [a aprovação] na direção do possível", diz Bandeira, descartando uma disparada do indicador da Bolsa de Valores.

Na mesma linha, o economista da Guide Investimentos, Ignacio Crespo diz que dificilmente o índice vai repetir em 2017, a boa valorização obtida em 2016. "É difícil repetir essa forte alta. Mas a nossa perspectiva segue positiva, principalmente para setores de concessões de infraestrutura [rodovias, aeroportos, ferrovias, portos] e de energia elétrica", destacou Crespo.

O analista técnico da Guide Investimentos, Guto Ceravolo, evitou fazer uma previsão para todo o ano de 2017. "Nosso pensamento é de alta. O suporte [resistência de baixa] do índice está em 56,8 mil pontos, abaixo dos 57 mil pontos pode ter uma correção [dos preços das ações], mas não significa que irá desabar, que irá lá para baixo", argumentou o grafista.

O administrador de investimentos Fabio Colombo calculou que em termos estatísticos, a projeção para os próximos 12 meses, com nível de 95% de confiança, volatilidade do último ano e inflação projetada é ponto médio em 87 mil pontos (alta de 48%) para o Ibovespa, e mínimo de 54 mil pontos, uma queda de 8%.

Colombo cita como variáveis de risco os seguintes fatores internos: nível e duração da recessão no Brasil; aprovação de medidas de ajuste fiscal principalmente da reforma da Previdência; implementação de medidas trabalhistas; a política fiscal e de juros; o comportamento da inflação, da balança comercial e de pagamentos; a evolução da dívida pública em relação ao produto interno bruto (PIB), e a Operação Lava-Jato e seu impacto na esfera política.

Efeito do Brexit

Enquanto o investimento em bolsa de valores foi considerado o melhor de 2016, na ponta contrária, quem formou uma reserva em euros perdeu valor por causa do Brexit, o processo de saída do Reino Unido da comunidade europeia. A moeda da Europa mostrou desvalorização de 20,08% em relação ao real e fechou em R$ 3,4084 em 29 de dezembro, ante o preço inicial de R$ 4,2648 (Ptax).

Em ritmo menor, quem manteve ao longo do ano passado uma reserva em dólares perdeu 16,53% do valor. O dólar encerrou a R$ 3,2591 no último dia de 2016 frente à cotação de R$ 3,9048 inicial. Ernani Fagundes - DCI Leia mais em portal.newsnet 02/01/2017

02 janeiro 2017



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