29 janeiro 2017

Mercado de Saúde: Os desafios e transformações para 2017

Nos últimos anos cresceu muito o acesso de pessoas à saúde privada, em paralelo contamos com uma série de serviços públicos de uma qualidade bastante insatisfatória. Dessa maneira a saúde privada começou a ter uma demanda cada vez maior.

Obviamente que o atual momento econômico causou um “soluço”, visto que muitas pessoas acabaram saindo dos planos de saúde, entretanto, mesmo diante de um cenário de crise em 2016, o setor de saúde mostrou que continua interessante para transações e investimentos, dado que a expectativa do mercado é que fusões e aquisições nesse segmento movimentem aproximadamente R$ 5 bilhões em 2017 e 2018.

Para falar sobre o tema “Mercado de Saúde: Os desafios e transformações para 2017”, conversamos com Marcos Hiran, sócio da assessoria financeira da Cypress Associates.

De acordo com Hiran, pouca incerteza do mercado e muita oportunidade de melhorar operações tornou o setor eficiente já faz alguns anos, no entanto o movimento de concentração é algo recente e ganhou força no começo de 2015, após aprovação da medida provisória que autorizou a entrada de capital estrangeiro no setor.

Questionado sobre o que tem disponível no mercado para investimentos, Hiran comenta “Tem uma série de hospitais de porte médio que seriam a segunda onda das aquisições e existem alguns hospitais de grande porte que acabaram não entrando nessa primeira onda de consolidação, ou porque não eram viáveis por algum motivo ou porque os sócios não tiveram interesse, ou não conseguiram chegar em um acordo com os potenciais investidores”.

Com relação aos parâmetros e características do que os investidores buscam para a viabilidade de um negócio, Hiran destaca:

  • – Número de leitos – hoje em dia só em casos muitos específicos os investidores se interessam por hospitais abaixo de 150 leitos; Em razão da escala, e do volume de atendimentos;
  • – Quanto maior o hospital, mais atraente;
  • – Para fontes pagadoras (planos de saúde) – Quanto mais diversificado e quanto melhor a qualidade dos planos;
  • – Nível de complexidade dos atendimentos dos hospitais é um fator importante. Normalmente hospitais de nível de mais alta complexidade tendem a ser mais atraentes por serem mais rentáveis;
  • – Estrutura societária – quanto mais simples e organizada, maior a chance de uma transação de sucesso;
  • – Nível de Governança influencia bastante – o principal ponto é a profissionalização da gestão, devem existir controles internos, auditoria, bom sistema de gestão (softwares), além de profissionais qualificados, de mercado. As decisões tomadas devem levar em conta o interesse do negócio, e não o interesse individual dos sócios.
Sobre a saúde financeira dos hospitais privados brasileiros, Hiran afirma que não podemos generalizar, pois existem hospitais que apresentam uma gestão saudável, assim como existem muitos hospitais que não são rentáveis. O hospital não estar “bem” não significa que ele não é viável para um investimento, pois existem duas coisas a serem consideradas:
  • A. O hospital está indo mal, mas se ele tiver potencial e ele está sendo mal administrado, isso muitas vezes pode ser considerado “música para o investidor”, porque, na gestão, é onde o investidor vê chance de melhora;
  • B. O hospital em situação ruim é um bom negócio, desde que seja comprado no preço certo. Isso considerando que mesmo que ele esteja mal financeiramente, ele apresente potencial custo x demanda.
O potencial de crescimento do mercado brasileiro é muito grande, porque o sistema, na média, é muito pouco eficiente, qualquer hospital que investe em profissionalização tende a ter ganho de eficiência. De acordo com Hiran, o acesso a investidores, o acesso a capital pode potencializar muito, e, nesse ponto, até pelas últimas notícias vistas, existe uma série de investidores de olho no setor de saúde no Brasil.

O potencial é bastante significativo, considerando o momento econômico delicado. Atualmente, existe uma diversidade de investidores com os olhos voltados para esses setores maior do que víamos há 4, 5 anos e, dado que a situação econômica dá sinais claros de melhorias estruturais, podemos esperar um aumento da confiança para investimentos. Leia mais em saudebusiness 06/01/2017

29 janeiro 2017



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