A brasileira Semina, fabricante de produtos de saúde reprodutiva, bem-estar sexual e amamentação, venceu a disputa pela compra dos direitos de uso da marca de lubrificante íntimo KY no Brasil. O negócio estava à venda desde setembro, por determinação do órgão de controle da concorrência.
Como condição para a compra da divisão de preservativos da Hypermarcas, que inclui as marcas Olla, Jontex e Lovetex, o grupo anglo-holandês Reckitt Benckiser (RB) comprometeu-se a vender a marca KY no Brasil. Despacho do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) afirma que foram preenchidos os pré-requisitos para concluir a compra.
A farmacêutica, fundada em 1986, foi a primeira a fabricar diafragmas (contraceptivo feminino de barreira) de silicone, na década de 90. Em 2005, a Johnson & Johnson (J&J), dona de uma fábrica de diafragma de borracha nos Estados Unidos, propôs que a brasileira assumisse a produção mundial do preservativo de silicone da marca. As exportações foram iniciadas em 2007, após dois anos dispendidos para a obtenção de certificados e adequação a padrões técnicos. A americana desativou a linha de produto em 2015. A Semina continua a vendê-lo com marca própria.
Desta vez será a J&J que assumirá uma parte da produção da Semina. O gel KY, embora anteriormente comercializado pela RB, era fabricado pela americana, que continuará a produção. A fabricação própria é uma possibilidade para os próximos anos, diz Dimitri Moufarrege, sócio responsável pela aquisição.
A Semina tem a maior fábrica de lubrificante em gel da América Latina, segundo a própria companhia. A unidade no bairro da Vila Guarani, na capital paulista, produz 60 milhões de sachês do produto, com 5 gramas, por ano.
Com passagem pelo Bank of America Merrill Lynch, na área de private equity, Moufarrege divide o controle com Geraldo Mattar Jr, filho da fundadora Maria Luisa Eluf. A aquisição é a primeira desde que ambos se tornaram sócios, em 2010. A compra será financiada com dinheiro em caixa. O valor não foi informado.
Segundo Moufarrege, há planos de uma nova aquisição na categoria de amamentação neste ano. A empresa já produz a linha Amamente - de bicos de silicone, conchas antiempedramento e absorventes para seios -, que disputa as primeiras posições de mercado.
Em cinco anos, a Semina registra crescimento de 170%, o que atribui ao lançamento de produtos, ao posicionamento de preço e a iniciativas de marketing. No ano passado, as vendas subiram 12%, para R$ 78,5 milhões. O ritmo menor em relação a anos anteriores é atribuído à recessão. A expectativa da companhia é de melhora do cenário macroeconômico no segundo semestre de 2017.
"A compra será transformadora para as receitas", diz Moufarrege. "Construir uma marca como KY leva tempo, talvez décadas. A aquisição acelera a presença da Semina em saúde reprodutiva e alavanca a sua presença nacional", afirma.
A Semina tem entre 20 e 30 itens em seu portfólio, incluindo produtos fabricados e distribuídos. Deve adicionar cinco novos itens com a compra de KY. A aquisição também deve levar a linha Amamente a um maior número de pontos de venda, enquanto a camisinha feminina DELLA ganhará visibilidade.
O mercado global de gel lubrificante íntimo e de massagem é avaliado em US$ 1 bilhão. A marca KY, criada em 1917, é comercializada no Brasil desde 1990. A Reckitt comprou os direitos de KY em 2014, da J&J. O produto é líder no mercado brasileiro de lubrificantes com participação de 38,8%. A K-Med, da Cimed, responde por 27,1%. O lubrificante íntimo Olla fica em terceiro lugar com 12,8%. Participam desse mercado ainda laboratórios como Teuto, DKT do Brasil, Combe e Valeant.
Em comunicado, a Reckitt confirmou a venda da marca KY para a Semina. "Pelo acordo, a RB cederá à Semina os direitos sobre a marca no Brasil, porém manterá sua propriedade nos cerca de 50 mercados internacionais nos quais é comercializada", destacou. O processo de venda de KY foi coordenado pelo Bradesco BBI. - Valor Econômico Jornalista: Tatiane Bortolozi Leia mai em abradilan 19/01/2017
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Compra de empresa, Contingências, Plano de Negócio, Saúde, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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