01 janeiro 2017

A economia vai melhorar em 2017? Veja previsões para emprego, dólar e juros

2017 deve ser um ano melhor para a economia, mas também de grandes incertezas.

Depois de dois anos seguidos de fortes quedas, o PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas no país) deve aumentar e fechar o ano próximo de zero. O desemprego ainda deve continuar subindo, e o dólar, aumentar um pouco. Juros e inflação devem cair. Essas são, em resumo, as previsões de cinco analistas ouvidos pelo UOL.

São eles: Clemens Nunes, professor de Economia da Escola de Economia de São Paulo da FGV; José Mauro Delella, estrategista da Rafter Investimentos; Otto Nogami, professor de economia do MBA Insper; Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Corretora; e Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria.

Ano de travessia
Segundo o professor Nunes, 2017 deve ser um ano de travessia. Questões importantes terão de ser resolvidas, como a dívida dos Estados e a reforma da Previdência.

A própria continuidade do governo Michel Temer é uma incógnita, dado o potencial explosivo das revelações da Lava Jato.  "Temos uma incerteza política, uma incerteza econômica e agora também uma incerteza jurídica", afirma o professor Nogami.

A questão externa também preocupa, especialmente a definição da política de governo americano com a posse do presidente Donald Trump e o que isso pode mudar nas relações com o mundo.

"Há o risco de ele radicalizar no protecionismo e em conflitos com outros países, o que pode criar um cenário problemático e mudar as previsões", diz Campos Neto.

Veja, a seguir, as previsões de cada economista para dólar, juros, inflação, PIB e desemprego:

DÓLAR

Os especialistas consideram que o dólar deve subir. Os motivos são a provável continuidade da alta dos juros nos Estados Unidos, além do possível aumento de gastos do governo Trump.

"O governo americano é deficitário como o nosso. Se ele gasta mais, precisa pegar dinheiro emprestado das pessoas; isso aumenta a demanda por dólar. Quando aumenta a demanda, o preço sobe", diz Campos Neto.

As dificuldades do governo Temer também devem aumentar o preço da moeda-norte americana.

Para os economistas, a taxa fica entre R$ 3,35 e 3,85.

PIB

Após dois anos seguidos de recessão, a atividade econômica deve voltar a crescer um pouco, ficando próxima de zero. "É como aumentar um pouco o ar condicionado quando alguém está com muito calor. É um respiro, mas ainda não é a recuperação", diz Nunes.

As previsões são as seguintes: - 0,58% (Nogami), entre -0,2% e 0,3% (Silveira), 0,2% (Delella), 0,4% (Nunes) e 0,7% (Campos Neto).

DESEMPREGO

Deve atingir o ápice em 2017. Segundo os especialistas, a rigidez do mercado de trabalho leva à lentidão dos dois lados: quando a economia piora, o desemprego demora a aumentar e, quando a economia melhora, o desemprego demora a cair. "As empresas usam todos os recursos antes de contratar novamente", diz Campos Neto. Para o segundo semestre, o emprego deve começar a melhorar.

As previsões para o desemprego medido pela Pnad são: 10% (Nogami), 12,1% (Campos Neto), 12,5% (Silveira) e 12,7% (Delella e Nunes).

INFLAÇÃO

A inflação deve terminar 2017 bem próxima do centro da meta, que é de 4,5%, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Isso se deve à diminuição os impactos de aumento dos produtos com preços administrados, como energia elétrica e gasolina.

O próprio processo de recessão ajuda no controle de preços, já que o desemprego e a queda na renda dificultam o consumo. O único que não acredita em queda expressiva é o professor Nogami, que vê nas medidas de estímulo ao consumo um perigo à queda expressiva da inflação.

As previsões para inflação medida pelo IPCA são: entre 4,5% e 5,5% (Silveira), 4,8% (Nunes e Campos Neto), 5,2% (Delella) e entre 6,5% e 7% (Nogami).

JUROS

A inflação controlada abre espaço para que o Banco Central continue avançando na redução da taxa de juros. Todos os economistas preveem queda da taxa básica de juros, a Selic.

As previsões são: 9,75% (Silveira), 10,5% (Campos Neto),10,75% (Clemens), 11,25% (Delella) e 12% (Nogami). Sophia Camargo Leia mais em bol.uol 01/01/2017

01 janeiro 2017



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