04 outubro 2016

Analistas veem Coca-Cola como possível alvo de megacervejaria

A aprovação da fusão entre a Anheuser-Busch InBev (AB InBev) e SABMiller por seus acionistas gera impacto não só para as rivais de cerveja, que se tornaram significativamente menores em comparação à gigante global de bebidas, mas também para o segmento de refrigerantes. Entre analistas de mercado, cresce a percepção de que a AB InBev pode ter um novo alvo de aquisição até 2020: a Coca-Cola Company.

A relação crescente entre o 3G Capital, um dos controladores da AB InBev, e o principal acionista da Coca-Cola, Warren Buffett, levou alguns bancos a imaginarem a união entre AB InBev e Coca-Cola, hoje avaliada em US$ 188 bilhões. Especialistas da Bernstein Research consideram que, após atingir 30% do mercado de cerveja, a AB InBev teria dificuldades em fazer novas aquisições na área. Restaria à companhia, para avançar no mercado, comprar parceiros na área de distribuição - que seriam, necessariamente, fabricantes de refrigerantes.

Analistas do HSBC também consideram mais provável uma oferta pela Coca-Cola no futuro, por ser um parceiro relevante da SABMiller no mundo.

No Brasil, a Coca-Cola Femsa é parceira da Heineken na distribuição de cervejas. A Ambev tem acordo com a PepsiCo.

De acordo com o HSBC, uma eventual fusão entre a AB InBev e a Coca-Cola traria implicações principalmente para a Coca-Cola Femsa, que detém fatia 20% no capital da Heineken. Na visão dos especialistas no segmento, a Coca-Cola precisa acelerar o seu plano de refranquiar engarrafadoras para melhorar os resultados e evitar uma oferta hostil da AB InBev. Na África e na América Latina, a Coca-Cola precisa decidir se vai se desfazer ou não da fatia que possui em joint ventures com a SABMiller.

A SABMiller possui, por exemplo, 57% da engarrafadora Coca-Cola Bottling África. O acordo entre as empresas prevê que a Coca-Cola tem direito de comprar a participação da SABMiller após a fusão com a AB InBev. As empresas ainda não informaram qual será a decisão tomada sobre o negócio.
Analistas consideram que a Coca-Cola poderia concordar em vender essa fatia à Heineken.
No Brasil, a fusão entre AB InBev e SABMiller não gera alterações imediatas.

Esta última não tinha operação direta no país e não foi preciso vender ativos para aprovar a fusão. A SABMiller tem acordo com o Grupo Petrópolis, desde 2014, para produzir e distribuir a marca Miller localmente.

A AB InBev se comprometeu a vender a participação que a SABMiller tinha na joint venture MillerCoors para o sócio Molson Coors, por US$ 12 bilhões, incluindo o direito sobre a marca Miller fora dos Estados Unidos.

No Brasil, a operação da SABMiller passa a ser comandada pela Molson Coors. A companhia já informou que pretende manter a parceria com o Grupo Petrópolis no país. A marca Miller no Brasil tem uma fatia de 1,3% no mercado de cervejas premium. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 04/10/2016

04 outubro 2016



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