09 maio 2017

Oferta de ação pode atingir R$ 50 bilhões neste ano

Depois de um início de ano agitado, alguns bancos de investimentos começam a revisar para cima as projeções para as ofertas de ações. Desde janeiro, a venda de papéis por parte de companhias brasileiras na B3 movimentou R$ 13,2 bilhões, cifra que já superou em mais de 20% o volume movimentado em todo o ano de 2016.

O Bank of America Merril Lynch (BofA) estima que as ofertas de ações possam alcançar até R$ 50 bilhões neste ano, ante R$ 30 bilhões previstos no início de 2017. "Tem clientes que perceberem uma recuperação substancial do negócio e querem acessar o mercado para investir", afirma Hans Lin, responsável pelo banco de investimento do BofA no Brasil.

Os motivos citados pelos banqueiros para a revisão dos números vão de sinais de recuperação nos negócios a até um receio de que a disputa eleitoral possa atrapalhar o mercado de capitais no ano que vem.

Sem muita visibilidade de quem vai concorrer à eleição presidencial, algumas companhias têm antecipado seus planos, segundo o relato dos executivos de bancos. Alguns deles preveem que já a partir de setembro deste ano o fator eleitoral comece a agitar os mercados.

O bom desempenho da maioria das ofertas registradas neste ano também tem inspirado outras candidatas. Das sete transações de 2017, seis estão com valorização acima do Ibovespa.

"Dinheiro é bom quando ele está disponível", diz Eduardo Miras, corresponsável pelo banco de investimento do Morgan Stanley, referindo-se à receptividade dos investidores às ofertas recentes. O banco americano trabalhava com no máximo 20 ofertas em 2017 e agora já prevê 30.

Por enquanto, o fluxo maior tem vindo das ofertas subsequentes, aquelas feitas por empresas que já são listadas, casos de CCR, Lojas Americanas, Alupar e Santander Brasil. IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) mesmo só foram três até agora: Movida, Azul e Hermes Pardini.

"É natural que as primeiras companhias a tirar proveito da abertura do mercado sejam aquelas já listadas porque o processo é mais rápido", afirma Antônio Pereira, do Goldman Sachs, citando as formalidades envolvidas numa oferta de ações. O banco prevê 20 operações até o fim do ano, sendo que anteriormente projetava igual número para o ano inteiro.

Já nas próximas semanas a lista de candidatas a estrear na bolsa deve engordar com os pedidos de registro do supermercado financeiro XP Investimentos, da empresa de tecnologia Tivit e, caso não venha a ser vendida, da operadora de plano de saúde Intermédica. Outras como a Ômega Energia, de fundos de private equity da Tarpon e da Warburg Pincus, a Biotoscana, do Advent International, a empresa de meios de pagamento PagSeguro e a geradora de energia Eneva também engrossam a fila.

O movimento de revisão da estimativas, porém, não é generalizado. Bradesco BBI, Itaú BBA e Deutsche Bank, por exemplo, mantêm as projeções feitas no início de 2016. O Itaú prevê entre 20 e 30 ofertas de ações no acumulado de 2017, sendo que dez dessas transações devem ser de estreias na bolsa de valores.

O Deutsche Bank também diz acreditar que no ano aconteçam cerca de dez IPOs. De acordo com Joel Roberto, responsável pelo banco de investimento do banco alemão, esse número pode tanto crescer, se sinais firmes de recuperação vierem, quanto cair, se houver uma antecipação da discussão eleitoral.

O Bradesco BBI prevê dez IPOs em 2017. "Não mudamos a perspectiva desde o começo do ano, mas certamente o ritmo se acelerou do começo do ano para cá. Será um dos melhores anos da história do mercado de capitais", diz Glenn Mallet, diretor de renda variável do Bradesco BBI. Em 2007, as ofertas de ações movimentaram o volume recorde de R$ 67,3 bilhões. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 09/05/2017


09 maio 2017



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