11 outubro 2016

Priner, antiga Mills SI, avalia ativos, amplia portfólio e pode abrir capital

A Priner, nome da antiga divisão de serviços industriais da Mills, está entrando em nova etapa. Até meados de 2017 a empresa vai quitar um financiamento contratado na operação que transferiu seu controle acionário da Mills S.A. para um fundo de investimento gerido pela Leblon Equites, em 2013. Abre-se assim nova perspectiva de crescimento para a Priner que pode culminar mais à frente - quando surgir uma janela de mercado - na abertura de capital da companhia na bolsa de valores. A curto prazo a Priner tem planos de ampliar seu portfólio de serviços com a inclusão de novas atividades ligadas ao setor industrial.

O objetivo é entrar em áreas nas quais ainda não atua como automação, eletromecânica, limpezas químicas e comissionamento de equipamentos, disse Tulio Cintra, presidente da Priner. Ao mesmo tempo, a empresa está atenta a oportunidades que possam aparecer no mercado em termos de aquisições. Uma aquisição vem sendo analisada na área de proteção contra fogo no setor industrial. A Priner atua em atividades de isolamento térmico e acústico, pintura industrial e andaimes. O negócio da companhia não é intensivo em capital, mas requer o emprego de muita mão de obra. A Priner tem 1,7 mil empregados e este ano deve faturar R$ 180 milhões.

Desde 2013, quando a divisão de serviços industriais da Mills foi cindida e vendida para um fundo de investimento em private equity da Leblon Equities, o faturamento da empresa caiu R$ 45 milhões como resultado da retração no PIB industrial. Em 2013, a empresa faturou R$ 225 milhões, sendo 55% na área de manutenção industrial e 45% resultantes de obras de construção. Em 2016, 95% do faturamento vão ser garantidos pela manutenção uma vez que novas obras em áreas como construção naval, refino e petroquímica - setores nos quais a Priner atua - praticamente desapareceram. Outros segmentos de atividade atendidos pela Priner incluem papel e celulose, mineração, cimento e etanol.

Segundo Cintra, as obras de construção têm margens maiores do que os serviços de manutenção industrial, o principal negócio da Priner. O problema foi que a crise econômica do Brasil reduziu as margens da atividade de manutenção industrial. "Com a queda na receita, os ganhos vieram via ganhos na gestão da companhia", disse Cintra. Na visão dele, o desafio da Priner é garantir uma gestão adequada no "meio", entre a administração dos custos, de um lado, e a geração de receitas, na ponta de vendas. Essa característica requer, por exemplo, ter agilidade para mobilizar e desmobilizar uma obra. "Nesse meio, temos que ter uma gestão suíça", disse Cintra.

A situação desafiadora do mercado levou a Priner a buscar maior eficiência interna, segundo o executivo. Nesse contexto, apesar das dificuldades do mercado, a empresa vem conseguindo bons resultados. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) previsto para este ano é de R$ 25 milhões, um pouco acima dos R$ 24,2 milhões de 2015. A relação entre Ebitda e dívida deve fechar o ano em 0,9 vez, a metade do 1,81 vezes de 2013.

A Priner tem hoje uma dívida bancária de R$ 10,2 milhões, com vencimento em 24 meses. E uma prestação ainda pendente, no valor de R$ 22 milhões, que corresponde à última parcela do financiamento de aquisição da companhia. Em 2013, a Mills S.A. vendeu a divisão industrial para o fundo de investimentos da Leblon Equities por R$ 102 milhões, dos quais R$ 48 milhões foram pagos à vista. A diferença, a ser quitada em quatro parcelas anuais corrigidas pelo CDI, está sendo paga pela própria geração de caixa da Priner. Com a correção pelo CDI, a parcela financiada aumentou para cerca de R$ 80 milhões, disse Cintra. Em julho de 2017, a Priner vai pagar a última parcela, abrindo espaço para maior crescimento nos negócios.- Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 11/10/2016

11 outubro 2016



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