17 junho 2016

Sócios negociam venda de Santo Antônio

A Odebrecht, Cemig e Andrade Gutierrez negociam na China a venda do controle da hidrelétrica Santo Antônio. Construída no rio Madeira, em Rondônia, a hidrelétrica é uma das cinco maiores do país, e terá capacidade instalada para gerar 3.568 MW quando todas as turbinas estiverem instaladas,
o que está previsto para novembro.

Juntas, Odebrecht, Cemig e Andrade têm 51% da Madeira Energia S.A (MESA), sociedade que controla a hidrelétrica. O valor estimado da participação colocada à venda é de R$ 9 bilhões. A Odebrecht tem 28,6% da usina, dos quais uma participação direta de 18,6% e outros 10% por meio do Caixa FIP Amazônia Energia.

A participação da Cemig Geração e Transmissão é de 10%, enquanto a Andrade Gutierrez tem 12,4% por meio da SAAG Investimentos S.A. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, um grupo de negociadores está na China esta semana negociando com estatais chinesas, entre elas a China Three Gorges (CTG) e a State Grid. Essa última é considerada a compradora mais provável, devido aos investimentos que já tem no país em transmissão de energia. Já a CTG se tornou a segunda maior geradora privada do Brasil, com 6 mil MW de capacidade instalada, atrás da Tractebel.

Em resposta ao Valor, a Odebrecht Energia confirmou a "existência de negociações com alguns grupos empresariais dentro de processo competitivo", informando que o objetivo é vender a participação de 28,6% na Santo Antônio Energia. A empresa também afirma que existem companhias chinesas entre os potenciais compradores, além de outros interessados.

"Atualmente, a Odebrecht Energia está em processo de assinatura com os interessados de acordo de confidencialidade (NonDisclosure Agreement) referente às negociações. Todos os acionistas da Santo Antônio Energia já foram devidamente informados sobre o processo de venda", informou.

Também procurada, a Andrade Gutierrez informou que não iria comentar o assunto. A Cemig não respondeu ao pedido de comentário. Se concluída, a venda ajuda as tentativas da Eletrobras de se capitalizar para resolver seus problemas de caixa. Isso porque Furnas Centrais Elétricas tem 39% da usina e também pretende vender sua participação.

Como a Madeira Energia é uma empresa de capital aberto, uma fonte informou que a intenção de Furnas é aproveitar o negócio e também vender os seus 39% no momento seguinte à conclusão do negócio. Furnas tem o direito de "tag along", que obriga o comprador a estender aos demais acionista a mesma oferta ao grupo que vai vender o controle da usina.

A venda de participações nas grandes usinas da Amazônia é uma forma de as empresas contornarem as restrições de caixa. No mercado comenta-se que a Eletrobras também pretende vender suas participações nas hidrelétricas São Manoel e Teles Pires. Nesta última, Furnas e Eletrosul têm cada uma 24,5%. Por Cláudia Schüffner Fonte: Valor Econômico Leia mais em sinicon 17/06/16



17 junho 2016



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