A Oi tem dois meses para apresentar seu plano de recuperação judicial, mas já definiu as diretrizes da proposta aos credores. No cenário mais otimista, a companhia espera a entrada de um grupo de investidores, o que garantiria descontos menores aos credores –cerca de 50%.
Nas negociações anteriores, que não prosperaram forçando a companhia a negociar na Justiça, os credores aceitaram descontos de, no máximo, 70%. Isso levaria os acionistas atuais a uma diluição tão grande que perderiam seus assentos no conselho de administração. Ou seja: deixariam o comando da tele.
Hoje, a companhia trabalha com três cenários –e todos preveem descontos. No primeiro deles, o credor trocaria uma parte da dívida renegociada em ações da Oi e receberia a diferença em parcelas (essa fatia ainda dependerá do preço da ação a ser usado no cálculo, algo que não foi definido). O prazo será maior que seis anos, como previa a negociação anterior.
Na segunda opção, o credor poderá receber toda a dívida em ações. Mas existe um plano B, que poderá mexer em tudo: a entrada de um novo investidor.
Até o momento, existem conversas extraoficiais de um operador de telefonia e investidores financeiros interessados em adquirir uma "fatia considerável" da companhia.
Com esse dinheiro novo, cerca de R$ 8 bilhões, alguns credores poderiam vender suas novas ações da empresa, pós renegociação, para o novo "entrante".
Esse plano não considera uma oferta pela compra de todas as ações da empresa, algo que também pode acontecer caso algum interessado se apresente à Justiça.
O detalhamento da proposta será feito por uma empresa, provavelmente um braço da consultoria McKinsey.
A proposta detalhada apresentará um portfólio com opções. Dependendo do tipo de credor e do valor da dívida, haverá diversas taxas de desconto e diferentes contrapartidas em ações.
Seria até possível que, para dívidas menores (abaixo de R$ 100 mil, por exemplo), a companhia pagasse à vista.
Credores que derem descontos maiores poderiam se habilitar a vender todas as suas ações para o novo investidor da Oi.
ANTECEDENTES
A Folha apurou que os principais acionistas estão alinhados com a equipe da Oi sobre os termos iniciais do plano. Querem evitar surpresas como a demissão do então presidente da companhia Bayard Gontijo.
O executivo negociava com credores estrangeiros nos EUA e demitiu-se por videoconferência depois de uma discussão com o representante dos acionistas da Pharol. Os sócios portugueses foram contrários à contraproposta dos credores, que exigiam ficar com 95% da Oi em troca de um desconto na dívida.
Outro ponto foi a baixa adesão. A Oi só localizou um terço dos credores estrangeiros e eles exigiam que a companhia fechasse acordo com ao menos 95% deles.
Com pouco tempo para isso, não restou outra saída a não ser entrar com pedido de recuperação judicial. - Folha de S.Paulo Leia mais em portal.newsnet 25/06/2016
27 junho 2016
Oi calcula desconto de 50% na dívida se houver novo sócio
segunda-feira, junho 27, 2016
Compra de empresa, crise, Desinvestimento, Governança Corporativa, Infraestrutura, Investimentos, Transações MA, Valuation, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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