15 dezembro 2015

Eletrobras tem 8 interessadas na Celg-D, diz fonte

Celg D: no grupo de interessados estão a State Grid e a Enel, além de Cemig, Equatorial, Energisa, CPFL, Copel e mais uma estrangeira que não teve o nome revelado, disse fonte

Ao menos oito empresas já procuraram a Eletrobras para demonstrar interesse na compra da distribuidora de energia Celg-D, responsável pelo fornecimento em Goiás, segundo uma fonte próxima às negociações.

No grupo de interessados estão a chinesa State Grid e a italiana Enel, além de Cemig, Equatorial, Energisa, CPFL, Copel e mais uma estrangeira que não teve o nome revelado, disse à Reuters a fonte, sob a condição de anonimato.

A perspectiva da Eletrobras é concluir a venda da Celg-D entre janeiro e março do ano que vem, em leilão na BM&FBovespa que terá preço mínimo de 1,43 bilhão de reais pela fatia de 51 por cento que a estatal federal detém na distribuidora.

"(O leilão vai acontecer) entre janeiro e março, mesmo com essas condições de mercado", adicionou a fonte. A Eletrobras conta com os recursos da venda da Celg-D para fazer frente às necessidades de investimento e de caixa.

A estatal teve prejuízo de 4,2 bilhões de reais no terceiro trimestre de 2015. No acumulado dos primeiros nove meses do ano, as perdas foram de 4,1 bilhões de reais. Inicialmente, o governo federal trabalhava com a perspectiva de realizar a venda do ativo ainda esse ano, mas o prazo acabou sendo visto como apertado diante da necessidade de organizar todo o processo.

Segundo a fonte, há espectativa de que os chineses da State Grid "venham com mais força" para disputar a Celg-D, enquanto a Cemig "talvez não venha com esse apetite todo", uma vez que recentemente venceu a disputa por 18 hidrelétricas em leilão do governo federal e terá que pagar uma outorga de 2,2 bilhões de reais pelos ativos.

A CPFL disse, em nota, que já manifestou publicamente o interesse na Celg-D, mas "tem por conduta não comentar detalhes sobre os processos em avaliação". Já a chinesa State Grid afirmou, também em nota, que "confirma seu interesse no setor de distribuição".

A Energisa disse que não iria comentar. Cemig, Copel, Equatorial e Enel não responderam imediatamente.

CRONOGRAMA DE VENDAS

A Eletrobras monitora com muita atenção o quadro político e econômico do país. Segundo a fonte, a avaliação é de que a venda da Celg-D seria mantida mesmo que prosperasse um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff, atualmente em discussão no Congresso Nacional.

"Realmente, se tem uma condição política meio indefinida, em que pode acontecer tudo, o processo pode ser afetado...(mas) há um apoio político muito forte à venda... qualquer que seja a corrente (política), a venda é consenso. (Mesmo que haja o impeachment) tenho convicção que depois o processo será retomado".

A Eletrobras também pretende privatizar até o final de 2016 todas suas demais subsidiárias de distribuição de energia elétrica, o que inclui empresas que atuam no Piauí, Alagoas, Acre, Rondônia, Boa Vista e Amazonas. A proposta será submetida à Assembleia Geral de acionistas da companhia em 28 de dezenbro.

A fonte próxima às negociações afirmou que a corrente mais forte no momento dentro da Eletrobras é pela venda dos ativos de distribuição em bloco. A idéia seria reunir empresas na região Nordeste em um lote e as da região Norte em um segundo. Dessa forma, empresas poderiam formar consórcios para fazer ofertas.

"Dadas as qualidades e problemas das empresas, vê-se como mais viável no momento a venda de blocos por região. Há mais sinergia e agregação de valor com as empresas locais e se justifica mais", disse a fonte. "Nada impede de um grupo comprar os dois blocos, Norte e Nordeste. Mas, seria um leilão separado para ter mais players e concorrência também".

Ainda segundo a fonte, as distribuidoras da região Nordeste poderiam ser as primeiras a serem oferecidas ao mercado, ao passo que as do Norte poderiam ficar para um segundo momento. Rodrigo Viga Gaier, da REUTERS Leia mais em exame 15/12/2015

15 dezembro 2015



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