16 dezembro 2015

Sanofi e Boehringer Ingelheim negociam troca de ativos de US$ 18 bi

Os laboratórios farmacêuticos Sanofi, da França, e o alemão Boehringer Ingelheim estão negociando uma troca de ativos de US$ 18 bilhões em que a companhia francesa trocará sua unidade de saúde animal pela de saúde do consumido da companhia alemã.

A transação proposta envolverá um pagamento em dinheiro de € 4,7 bilhões da Boehringer Ingelheim, uma empresa de capital fechado, para a Sanofi e fortalecerá significativamente a posição de cada uma das companhias em suas respectivas áreas de negócios.

Se consumado, o acordo contribuirá para uma onda de negócios que está ocorrendo no setor farmacêutico, representando a segunda grande troca de ativos já realizada, perdendo apenas para a troca de várias operações entre a GlaxoSmithKline e a Novartis realizada no ano passado.

O plano em negociação é o passo mais ousado, dado até agora, por Olivier Brandicourt na reformulação da Sanofi, face à queda das vendas de sua franquia de medicamentos de combate ao diabetes. Ele assumiu como executivo-chefe em abril.

Brandicourt se movimentou rapidamente após anunciar uma revisão dos negócios de saúde animal no mês passado, e deixar claro seu desejo de ampliar a área de saúde do consumidor. As ações da Sanofi, o maior grupo francês em valor de mercado, subiram 5% ontem, cotadas a € 78,72.

Michael Leuchten, analista do banco Barclays, afirmou que os investidores devem ficar satisfeitos com Brandicourt, por estar "agarrando o touro à unha".

O negócio proposto se enquadra em um padrão em que grupos farmacêuticos estão se desfazendo de ativos considerados não essenciais, ao mesmo tempo em que buscam uma maior escala nas áreas em que são fortes.

A adição de produtos da Boehringer Ingelheim, como seu laxante Dulcolax e a multivitamina Pharmaton, tornaria a Sanofi uma concorrente mais poderosa para outros grandes grupos da área de saúde do consumidor, como a Bayer, a Johnson & Johnson e a GSK. Para a Boehringer Ingelheim, o negócio fortaleceria sua posição competitiva em relação à Eli Lilly, Bayer e Zoetis na consolidação do mercado de tratamentos para animais de criação e de estimação.

A Sanofi disse que sua operação de saúde animal, conhecida como Merial, tem um valor de mercado de € 11,4 bilhões, enquanto a unidade de saúde do consumidor da Boehringer Ingelheim está avaliada em € 6,7 bilhões. A unidade chinesa de saúde do consumido da companhia alemã não está incluída na transação com a Sanofi.

Um acordo final é esperado para "os próximos meses", com a conclusão da transação prevista para o quarto trimestre do ano que vem.

Luisa Hector, analista da Exane BNP Paribas, disse que o negócio proposto é estrategicamente sólido e vai aumentar a credibilidade da administração da Sanofi. No entanto, ela acrescentou que o negócio não fará nada para aliviar as pressões sobre os negócios farmacêuticos, ou aliviar a estagnação dos lucros nos próximos dois anos. Autor: Andrew Ward e Arash Massoudi, do Financial Times Fonte: Valor Econômico Leia mais em tudofarma 16/12/2015

16 dezembro 2015



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