19 dezembro 2015

Gazit Globe aproveita real fraco e se diz otimista no Brasil

A empresa israelense de investimentos imobiliários Gazit Globe permanece otimista com o mercado brasileiro mesmo diante da crise, tendo aproveitado a desvalorização do real para realizar aquisições de ativos sete anos depois entrar no país, onde investe em shoppings centers.

Segundo a presidente-executiva da Gazit Globe, Rachel Lavine, no cargo desde setembro, o mercado brasileiro de shoppings continua promissor, e a empresa está aproveitando a crise para se preparar para uma retomada da economia em 2017, especialmente em seu mercado-chave, a cidade de São Paulo, onde detém oito shoppings centers.

"Houve oportunidades e progressos nos últimos 24 meses, quando as maiores compras ocorreram. Mas somos investidores de longo prazo", disse Lavine à Reuters.

A empresa investiu 2 bilhões de reais no país nos últimos dois anos. Em outubro, adquiriu 5,16 por cento de participação na administradora de shoppings BR Malls e há duas semanas comprou quase 5 por cento do tradicional shopping Eldorado, na zona oeste de São Paulo.

Na capital paulista, a estratégia da Gazit tem sido adquirir shoppings antigos para reformulá-los, como foi feito com o Top Center, na Avenida Paulista, adquirido no ano passado, e o Shopping Light, no centro da cidade, comprado este ano.

A empresa vai inaugurar em 2016 o Morumbi Town, na zona sul da cidade de São Paulo e atualmente em obras, e não prevê novas aquisições, nem comenta sobre eventuais intenções de ampliar sua fatia na BR Malls.

"Ano que vem será um ano de entregas", disse por sua vez o presidente do Conselho da Gazit Globe, Chaim Katzman, antevendo também investimentos em melhorias em outras propriedades.

As operações no Brasil são parte da estratégia global da Gazit de ampliar penetração em áreas urbanas de mercados com potencial de crescimento futuro.

A empresa tem 458 propriedades em 20 países, 21 bilhões de dólares em ativos sob gestão, sendo que seus principais mercados são Europa (47 por cento dos ativos), Canadá (25 por cento), Estados Unidos (19 por cento), Israel (6 por cento) e Brasil (3 por cento).

Segundo Lavine, a taxa de crescimento em receitas tem sido maior em EUA e Canadá, na ordem de 5 por cento, e de 1 por cento no Norte da Europa, enquanto a Europa Central e do Leste teve queda de 12 por cento, segundo dados do terceiro trimestre.

A empresa não divulga os números das operações brasileiras.

A empresa vê a crise política no Brasil como o principal desafio para o país no próximo ano, diante da necessidade do governo de "destravar" ajustes econômicos. "Os 'drivers' de longo prazo são positivos e devem prevalecer", disse a empresa em apresentação a analistas.

Dados mais recentes da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) mostraram aumento de 2,63 por cento nas vendas dos shoppings do país de janeiro a agosto, e de 4,58 por cento em 12 meses. No fechado de 2014, o crescimento havia sido de 10,13 por cento sobre o ano anterior. Luciana Bruno, da REUTERS Leia mais em exame 18/12/2015


19 dezembro 2015



0 comentários: