27 agosto 2012

Estrangeiros investem em sites de venda de seguro on-line no Brasil

Crescimento de dois dígitos do mercado no país atraiu atenção de sete empreendedores

 O crescimento de dois dígitos do mercado segurador brasileiro - a expectativa é de avanço de 12,8% neste ano, para arrecadação de R$ 246,86 bilhões, segundo a CNSeg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros) - chegou aos ouvidos de executivos estrangeiros, que estão preferindo investir em negócios do setor em vez de em ações, imóveis ou fundos de investimento no país.

 Ex-executivos de bancos de investimento em Londres, o alemão Vicent Daranyi e o português João Cardoso acabam de lançar no Brasil um portal de serviços financeiros pela internet, o TaClaro.com, que entrou no ar há três meses e deve focar em um primeiro momento na consultoria e venda de seguros - para realizar a segunda atividade, foi aberta uma corretora, por conta da maior aceitação do mercado em trabalhar desta forma.

 Daranyi decidiu empreender quando estava em Londres, mas se deparou com a crise na Europa e Estados Unidos. "Entre os emergentes, escolhi mudar para o Brasil, porque tem um jeito mais parecido com o europeu do que China ou Índia e também por causa do crescimento da classe C".

 No país, entrou no projeto da Dafiti, portal de vendas de calçados e, quando o projeto ganhou grandes proporções, ele resolveu empreender novamente. Foi quando entrou em contato com Cardoso, que trabalhou no Morgan Stanley em Londres, na área de fundos imobiliários, e já olhava bastante para o Brasil.

 "A internet tem muita força no país, porque com ela é fácil chegar em muitos lugares", afirma Daranyi. "O nome TaClaro. com veio do conceito de que queremos dar uma assessoria antes da compra do cliente, para auxiliar o brasileiro no seu planejamento financeiro", diz Cardoso. O investimento no projeto foi e R$ 1 milhão, sendo metade dos dois sócios e a outra, vinda de oito investidores anjo, maioria brasileiros. Até o final de 2013, o investimento vai atingir R$ 5 milhões.

 A expectativa é de alcançar US$ 10 milhões ao ano de faturamento em prêmios nos próximos três anos. Deste montante, mais de 60% devem corresponder à venda de seguros. Para isso, já foi fechado contrato com 40 seguradoras, empresas de assistência e bancos. Mais de 20 produtos já estão disponíveis, outros 14 devem ser incorporados até o final do ano e a ideia é oferecer não apenas o convencional, mas aqueles serviços e produtos financeiros que permitam o acesso às classes emergentes, como seguros específicos, que são mais baratos.

 Enquanto o conceito do Ta- Claro.com é a consultoria aliada à compra, no caso do Segurar.com, a ideia é oferecer simplicidade na venda de seguros online. A empresa foi montada no Brasil no final de 2010 e lançada em julho de 2011. O projeto foi idealizado pelos empresários Rodrigo Veloso e Oswaldo Romano Jr., que contaram com o financiamento dos investidores Aber Whitcomb, que é cofundador da rede social de entretenimento MySpace, Ashwin Navin, cofundador do programa de compartilhamento de arquivos BitTorrent, e Tommy Mottola, que esteve à frente da Sony Music Entertainment por mais de 15 anos. Além disso, estão no negócio Paul Bragiel, da aceleradora I/O Ventures, e executivos da Catterton Partners, empresa de fundos de private equity.

 A pontocom funciona como uma corretora de seguros online e, por enquanto, só trabalha com apólices de viagem. Embora não tenha revelado números absolutos, a companhia afirma que cresce a uma taxa de 45% ao ano. "A simplicidade é nosso forte: o cliente dá apenas dois cliques para comprar o seguro viagem: para ajustar a data e o para pagamento", diz o diretor de operações da Segurar.com, Renato Spadafora.

 Nos próximos meses, eles devem incluir mais cinco modalidades no site; a meta é chegar à venda de 30. A intenção é manter apenas a venda de seguros, e não ampliar para outros produtos financeiros. "Queremos ser referência neste mercado e, se abrirmos muito as opções, podemos enfraquecer", diz. Spadafora vê de forma positiva o aumento da concorrência o que, para ele,contribui para a disseminação da cultura do brasileiro de compra de apólices pela internet. "Isso mostra que o Brasil representa uma oportunidade para crescer no negócio de venda de seguros pela web".

 A venda de seguros estritamente pela web também é o foco da Minuto Seguro, corretora fundada por Marcelo Blay em 2011, empresário que atua no mercado de venda apólices há 17 anos. O foco neste caso é na simplificação e customização do serviço. Desde fevereiro, a empresa já vendeu aproximadamente R$ 3 milhões em prêmios em contratos de seguros de automóveis e viagens. Ainda no segundo semestre deste ano, a corretora vai vender, também, seguros de vida, residencial e empresarial.

 "Em outros mercados maduros, a comercialização pela internet já demonstra ser um grande negócio. Nos Estados Unidos, 28% das apólices vendidas, em 2010, foram contratadas via web, enquanto que em 2007, esse índice era de apenas 7%. Na Inglaterra, as compras pela rede representam cerca de 50% do mercado de seguros", afirma Blay. No Brasil, não há estatísticas desse mercado. ---

 Em mercados maduros, a comercialização de apólices pela internet já é um grande negócio.  fazenda - resenhaeletronica Por Flavia Furlan
Fonte:Brasil Econômico - 27/08/2012

27 agosto 2012



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