20 dezembro 2011

3i faz aporte de R$ 100 mi em empresa de telecom

Aporte deverá elevar faturamento da Blue para R$ 200 milhões em 2013

Avaliando as oportunidades no mercado brasileiro, assim como antecipado em novembro, a 3i, gestora inglesa de private equity, anunciou seu primeiro investimento no Brasil.

A escolhida foi a Blue Interactive Group, empresa brasileira provedora de serviços de TV a cabo e banda larga, que receberá aporte de R$ 100 milhões.

Esse valor está dentro do plano da 3i de investir em cinco empresas em dois ou três anos, com recursos entre US$ 30 milhões e US$ 100 milhões em cada uma.

Nesta terça-feira (20/12), as companhias anunciaram um acordo vinculante para a aquisição de participação minoritária na Blue.

Marcelo Di Lorenzo, diretor-executivo e sócio da 3i Brasil, não quis revelar o percentual de participação na companhia, mas garantiu que é bem significativo. "Posso afirmar que é entre 20% e 50% de participação", disse.

Após avaliar mais de 200 oportunidades para investimento desde abril de 2011, a 3i encontrou na Blue as características que buscava.

"A Blue foi escolhida primeiro pela qualidade de gestão e o segundo fator é que ela está inserida em um mercado que passa por transformações importantes e que, consequentemente, será beneficiada por isso", justificou o diretor-executivo da 3i Brasil.

Ele também enfatizou que a busca da Blue por oportunidades em cidades onde há demanda reprimida por serviços digitais de qualidade mostra a estratégia clara da companhia de melhorar os negócios.

"A Blue tem alto potencial de crescimento no setor", acrescentou Di Lorenzo.

Para contextualizar, o executivo destacou que a TV a cabo está presente em 150 municípios brasileiros, aproximadamente, enquanto o universo dos municípios abrange cerca de 5,5 mil.

Neste sentido, "o capital tem uso bem determinado, que será destinado a construção de rede, entrada em novas cidades, onde não existam companhias operando, e comprar pequenas operações", destacou Di Lorenzo.

Sobre a possibilidade de novos aportes na companhia, a 3i afirmou que no momento isso não é considerado, mas se houver necessidade será realizado.

Tradicionalmente, gestoras de private equity realizam aportes nas empresas e quando estas desenvolvem seus negócios elas costumam vender a participação ou abrir capital.

O diretor-executivo da 3i Brasil ponderou que no momento certo "todas as estratégias existentes serão avaliadas, ainda é muito cedo para falar como vamos sair do investimento, tudo vai depender do momento".

Ainda em relação a 3i, as negociações com outras companhias continuam e Di Lorenzo espera que nos próximos doze meses feche com mais uma ou duas empresas.

"O Brasil tem uma macroeconomia bem estável e com potencial de crescimento bem interessante, aliado ao fato do grande número de empresas de médio porte", destacou o diretor-executivo, justificando a decisão de empresas brasileiras.

O aporte da 3i na Blue é tão significativo para a companhia brasileira que permitirá um crescimento expressivo no faturamento.

"Sem esse investimento, nós absolutamente continuaríamos com crescimento orgânico normal, que atinge dois dígitos, em torno de 18% e 20% a cada ano. Então a expansão da empresa já é agressiva, mas com o aporte daremos um salto", relatou Sílvia de Jesus, presidenta da Blue.

Neste sentido, a companhia, que atualmente opera em 15 cidades brasileiras, distribuídas por nove estados, espera dobrar o número de cidades entre 2012 e 2013, para 30.

Isso permitirá, segundo a presidente da Blue, elevar o faturamento para algo em torno de R$ 200 milhões em 2013, lembrando que hoje o número já é superior a R$ 100 milhões.

A companhia contará ainda com a vasta experiência de Richard Alden, que se tornará presidente do Conselho de Administração. Ele atuou como presidente da ONO, uma das operadoras líderes da TV a cabo na Espanha.

"Alden acompanhou a empresa do zero e ajudou no crescimento expressivo da ONO. Ele passou por essa experiência em um mercado parecido, por isso contribuirá com a Blue", disse o diretor-executivo da 3i. Por Déborah Costa
Fonte:brasileconomico20/12/2011

20 dezembro 2011



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