20 junho 2011

Processo de fusão pode trazer problemas organizacionais

Em meio ao cenário aquecido de fusões e aquisições, o professor americano Robert Atkin, da Universidade de Pittsburg, alerta sobre cuidados para as empresas evitarem problemas na operação.

Para o professor, a fusão entre duas empresas pode ser exemplificada como a união de dois times de futebol. "Cada equipe possui estratégias e formas diferentes de jogar." Mas quando surge uma fusão, é preciso desenvolver uma nova cultura, o que segundo Atkin nem sempre ocorre.
O especialista em gestão organizacional, explica que é importante ficar atento à sinergia entre as empresas, fator decisivo no processo de união. "É comum surgir problemas de organização, que podem resultar em dificuldades de relacionamento e queda na produtividade", informa.

Segundo ele, ao perceberem os rumores de fusão, o primeiro sentimento na empresa é o estranhamento. "Os funcionários ficam apreensivos sem saber o que virá pela frente", avalia. Para Atkin, isso é resultado da falta de cuidado com a comunicação que pode evitar que pontos fortes das empresas apareçam. "No mercado, existem companhias que após a fusão ainda se comportam como duas", destaca.
O professor da Universidade de Pittsburg recomenda uma atenção especial à cultura empresarial. "Se não forem tomados cuidados, a companhia perde de todos os lados." Como exemplo, comenta que é comum ouvir comentários internos que "antes era melhor" ou "de que lado da empresa você veio?".

De forma a evitar esse casos, esclarece que é preciso focar em uma visão do que se quer atingir e manter canais abertos de comunicação em todos os níveis. Atkin recomenda, principalmente, que as empresas explorem novas atividades operacionais. "O ideal são projetos mais curtos e de resultado rápido. Dessa maneira, é possível que os funcionários aprendam a se comunicar na nova realidade da empresa"

Interesse do mercado
Até ser aprovado, o processo de fusão pode se prolongar por anos. Os comentários sobre o processo podem afetar diretamente nas ações da empresa na bolsa de valores, como no caso da Brasil Foods (fruto da união entre Perdigão e Sadia) que vem oscilando ao sabor do impasse da aprovação do negócio no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)."A empresa deve manter os acionistas sempre informados e mostrar que a fusão pode trazer rentabilidade para o investidor", opina. Robert Atkin volta a argumentar que estratégias bem feitas evitam problemas de sinergia. Se houver descuidos, as chances de gerar rentabilidade são menores.

Fonte: Brasileconomico 17/06/11

20 junho 2011



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