07 outubro 2020

Comercialização de energia atrai bancos e flerta com aquisições e IPOs

O setor de comercialização de energia deve ter forte movimento de aquisições e novos negócios no Brasil nos próximos anos, à medida que taxas de juros em mínimas históricas levam bancos, fundos e outras empresas a um maior apetite por esse mercado, que está em franca expansão.

Esse interesse fomentará a criação de novas "tradings" de energia elétrica e também deve gerar M&As no curto e médio prazo, com novos investidores buscando acelerar a entrada em um mercado em que já atuam grandes elétricas --como Cemig, Engie e EDP-- e bancos incluindo BTG Pactual, Santander, Itaú, Daycoval e o australiano Macquarie.

As perspectivas positivas também atraem atenção do mercado de ações, com bancos de investimento sondando algumas comercializadoras de eletricidade para estudos sobre operações de abertura de capital (IPO), disseram consultores e executivos à Reuters.

"Acho que está só começando, é um mercado ainda pouco explorado. A gente vê um movimento natural de financeiras tentando entender, enxergando nesse momento, de taxas de juros baixas, oportunidades de negócio", disse à Reuters o VP de Tesouraria do Banco ABC Brasil, Antonio José Nicolini.

O banco, que tem energia como segunda área de atuação, atrás só do agronegócio, comprou uma comercializadora pré-operacional neste ano, com a qual espera agregar soluções às que já oferece aos clientes no setor elétrico. Uma das linhas de negócio pode envolver a compra pela "trading" da produção futura de projetos de geração, como forma de ajudá-los a obter financiamento.

"Uma das vantagens da comercializadora dentro do banco é poder oferecer um pacote completo de soluções para o nosso cliente, que viabilize o projeto dele mais fácil", disse o chefe de trading do ABC Brasil, Ronaldo Torres.

MERCADO EM ALTA

As comercializadoras operam com compra e venda de contratos no mercado livre de eletricidade, onde negociam com empresas de geração de energia e consumidores com maior demanda, como indústrias e comércios. Muitas fazem também operações financeiras e apostas no movimento dos preços da energia.

Já existem quase 380 "tradings" de energia no Brasil e muitos apostam que o número tem amplo espaço para crescer, em meio a promessas do governo Jair Bolsonaro de aprovar uma reforma no setor elétrico que abriria gradualmente o mercado livre para mais empresas e até para consumidores residenciais...... Por Luciano Costa (Reuters) - Leia mais em yahoo 07/10/2020



07 outubro 2020



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