Em entrevista ao Conexão CEO, Fernando Cirne, presidente da Locaweb, fala sobre o salto da empresa após a estreia no mercado de capitais e detalha os planos da companhia para encorpar ainda mais seu portfólio de ofertas digitais
Com quase 30 anos de carreira, é natural que Fernando Cirne já tenha experimentado as mais variadas situações. Mas, para ele, nada se compara a 2020. E a intensidade do ano não diz respeito apenas à Covid-19.
O ano sem precedentes na trajetória do executivo começou, na realidade, meses antes de janeiro. À frente da Locaweb, Cirne e seus pares da alta cúpula na empresa brasileira de tecnologia deram início às sondagens para testar a receptividade a uma eventual abertura de capital da companhia.
Depois de meses de processo, o IPO veio no início de fevereiro. Com ações no topo da faixa, a empresa captou R$ 1,3 bilhão e, desde então, coleciona números que impressionam. Seus papéis acumulam uma alta de quase 300% e seu valor de mercado saltou de R$ 2,6 bilhões para os atuais R$ 8,6 bilhões.
“O sucesso da Locaweb pós-IPO veio porque preparamos a operação para o crescimento e para seguir entregando um bom resultado”, diz Cirne, em entrevista ao programa Conexão CEO (vídeo completo acima).
O batismo de fogo no mercado de capitais veio poucas semanas depois do IPO. E quando a Covid-19 desembarcou no País, a Locaweb tinha, de fato, um leque amplo de ferramentas para atender à urgência por digitalização.
Da empresa de hospedagem de sites fundada em 2018, a companhia evoluiu, nos anos seguintes, para uma operação com 350 mil clientes, 1,5 mil funcionários e ofertas em áreas como e-commerce, delivery, meios de pagamento, computação em nuvem e marketing digital.
Esse quebra-cabeça foi sendo montado ao longo dos últimos anos, seja organicamente ou via aquisições. Essa última estratégia teve início em 2012 e envolveu seis acordos até a abertura de capital. E é uma das prioridades da empresa, que reservou os R$ 575 milhões injetados diretamente no seu caixa, com o IPO, para essa finalidade.
A nova temporada de aquisições da Locaweb teve início na última semana de setembro, com dois acordos. A empresa anunciou, em um intervalo de sete dias, as compras da Etus, de marketing digital, e a Social Miner, de ferramentas para o e-commerce. E, a julgar pela agenda de Cirne, esse é só o começo.
“Ao menos um terço do meu tempo é dedicado à estratégia de M&A”, conta o executivo, que integra um comitê destinado a essa frente com Gilberto Mautner, fundador e presidente do Conselho de Administração da Locaweb, e Rafael Chamas, CFO da companhia. “Nós mapeamos mais de mil empresas e eu me reuni com pelo menos 150 delas.”
Dentro desse universo, a empresa filtrou 36 empresas e estabeleceu conversas avançadas com outras sete companhias, entre elas, a Etus e a Social Miner. Para chegar a esse estágio, a tese da Locaweb passa por alguns critérios, como ter receita recorrente e produtos consolidados.
Completam a relação o potencial de alavancar ainda mais o negócio a partir da integração no grupo e a manutenção dos fundadores no comando da operação incorporada. “Somos muito cuidadosos e não saímos comprando empresas para empilhar receita”, diz Cirne. “Vamos reforçar nosso portfólio e abrir novas frentes. Eu tenho muito ainda a entregar para o meu acionista.”... Moacir Drska. Leia mais em NeoFeed 21/10/2020
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