A Linkx Comercializadora de Energia reportou um total de dívida de R$ 139,862 milhões, no âmbito do pedido de recuperação judicial da empresa. A lista, que possui 92 credores, a maior parte composta por comercializadoras de energia, foi entregue à Justiça nesta semana. Da dívida total, mais da metade, cerca de R$ 75 milhões, se refere a multas contratuais devidas aos credores.
Conforme antecipado pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor na terça-feira à tarde, o montante informado de dívidas ainda pode sofrer alterações, caso os credores apresentem números diferentes à Justiça.
Da lista apresentada pela Linkx, cinco comercializadoras figuram entre as maiores dívidas: Comercializa Energia (R$ 20,4 milhões), Boven Comercializadora (R$ 17,4 milhões), Electra Comercializadora de Energia (R$ 7,4 milhões), Lumen Comercializadora de Energia (R$ 5, milhões) e EDP Comercialização e Serviços de Energia (R$ 4,1 milhões).
Também fazem parte da lista instituições de ensino, indústrias e empresas de serviços, entre outros.
A Linkx entrou com pedido de recuperação judicial na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. No documento, a companhia relata que enfrentou dificuldade financeira depois que os preços de energia no mercado de curto prazo tiveram alta inesperada no início do ano, devido a fatores climáticos. Com isso, a empresa fechou o primeiro trimestre com prejuízo de R$ 52 milhões.
Outras empresas também tiveram problemas financeiros após a elevação súbita dos preços no início do ano, desencadeando um efeito cascata. A Vega Energy, por exemplo, chegou a informar que não tinha como honrar com seus compromissos, ficando inadimplente em cerca de R$ 200 milhões com clientes e outras comercializadoras. A Linkx foi uma das afetadas pela inadimplência da companhia e deixou de receber R$ 13 milhões, o que comprometeu seu caixa e o lastro para novas operações.
A companhia apresentou o pedido de recuperação judicial na semana passada, mas solicitou prazo extra para apresentar a lista com seus credores. Enquanto isso, a Justiça nomeou um perito para avaliar a viabilidade da recuperação da comercializadora de energia. O relatório final deve ser entregue até segunda-feira. Depois disso, o juiz do caso poderá decidir se aceita ou não o pedido de recuperação judicial.
Também foi aceito um pedido de liminar da Linkx para continuar sendo agente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), uma vez que a recuperação das suas atividades depende disso. O desligamento seria iniciado por causa da inadimplência da companhia. Valor Econômico - Leia mais em abinee.02/05/2019
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quinta-feira, maio 02, 2019
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Ruy Moura
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