25 novembro 2016

Investidor mostra 'otimismo contido'

A crise política e econômica brasileira ainda traz certa desconfiança aos investidores que têm um "otimismo contido" com relação à recuperação do país, segundo Bob Moritz, presidente da PwC International, braço de operações internacionais da companhia de auditoria e consultoria.

Em entrevista ao Valor, o executivo afirmou que os parceiros da PwC no mundo estão começando a ver a possibilidade de recuperação da economia no Brasil e, com isso, aumentando a confiança no país. "Podemos ver investimentos se estabilizando, e em alguns casos, dependendo do setor e de algumas companhias individuais, começando a avançar um pouco."

Para atrair mais investidores, ele avalia que o Brasil necessita estar ao menos no mesmo nível de competitividade da China e de países do Sudeste Asiático. Em infraestrutura, por exemplo, o executivo frisa que não se trata apenas de ter estradas e aeroportos, mas também da preparação para um ambiente cada vez mais digital.

Sobre o desempenho da PwC no país, Moritz mostra-se otimista. A empresa cresceu quase 50% no Brasil nos últimos cinco anos. "Um crescimento de dígito duplo em uma economia como a do Brasil, que tem alguma volatilidade, é uma grande notícia", diz ele.

O crescimento da PwC no mundo é bem mais tímido. No ano fiscal de 2016, encerrado em junho, a PwC registrou receita líquida de US$ 33,7 bilhões, com aumento de 1,9% na comparação com o ano anterior. No mundo, a empresa informa ter 223,5 mil empregados, espalhados por 157 países.

Para Moritz, o Brasil vem passando por "uma desaceleração temporária nos últimos dois anos". Mas diz acreditar que o país já esteja seguindo o "sentido da retomada".

O cenário de incerteza não está restrito ao Brasil, ainda mais depois da vitória do republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e da aprovação da saída do Reino Unido da União Europeia.

Moritz diz que as campanhas responsáveis pelas duas vitórias consideradas, até certo ponto, surpreendentes, deve-se a um embate limitado entre os conceitos de globalização e protecionismo. Ele entende que atribuiu-se, nas duas ocasiões, a culpa pela diminuição dos empregos à globalização e à imigração, sem citar, por exemplo, os impactos da tecnologia ou do aumento da produtividade no mercado de trabalho.

Com relação ao futuro governo Trump, o executivo diz que a maior preocupação hoje é se o republicano será capaz de dar segurança ao ambiente de negócios. "Se [Trump] irá mudar a carga tributária e se isso será benéfico, se ele pode trazer mais equilíbrio à agenda regulatória, essas grandes questões estão na cabeça de muitos líderes de países e corporações, e as respostas podem guiar investimentos."

O mundo, lembra Moritz, olha para os Estados Unidos como uma liderança, e espera que o país mantenha sua estabilidade econômica, por conta de ser um grande foco de investimentos.

"Para além da eleição, os EUA são vistos como uma economia em contínuo crescimento, um parceiro de negócios, com um grupo resiliente de consumidores, e como um local de inovação", afirma Moritz. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 25/11/2016

25 novembro 2016



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