24 setembro 2014

Futuro da Oi depende do processo de consolidação do país

A operadora aposta todas as suas fichas no movimento de consolidação que está se desenhando no mercado brasileiro

A decisão da Oi de não participar do leilão de 4G, marcado para o dia 30, mostra que a operadora aposta todas as suas fichas no movimento de consolidação que está se desenhando no mercado brasileiro, do qual a operadora se considera protagonista.

A companhia contratou, no mês passado, o BTG, também sócio da Oi, para apresentar alternativas de consolidação à operadora. O banco já teria conversado com a Telecom Itália, maior acionista da TIM Brasil, sobre o fatiamento de sua subsidiária no País. América Móvil, dona da Claro, e a Telefônica/Vivo podem participar dessa operação. Em outro cenário, a TIM Brasil poderia fazer uma aliança com a Oi.

Em ambas as situações, a Oi seria beneficiada por tabela, já que essas operadoras vão participar do leilão para o uso da faixa de 700 Mhz.

Fernando Portella, presidente da La Fonte, um dos maiores acionistas da Oi, negou que o motivo pelo qual a Oi deixou de participar do leilão seja financeiro. Segundo ele, a Oi avaliou que sua participação não agregaria valor ao negócio da empresa.

"A frequência de 700 MHz, no contexto estratégico da Oi, é limitada em velocidade, capacidade e interatividade. A mobilidade que ela oferece pode ser compensada com atual espectro de frequências da Oi", disse. O custo para limpeza da faixa, hoje ocupada por TV analógica, foi considerado oneroso pela Oi.

De acordo com Portella, o atual foco da companhia é aumentar o giro da base de ativos via redução do endividamento e venda de ativos não estratégicos.

Com dívida de R$ 46,2 bilhões, o objetivo é reduzir a relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) que está perto de quatro vezes, para menos de três nos próximos meses.

Fusão

A empresa, que está em processo de fusão com a Portugal Telecom, se prepara para ir ao Novo Mercado da Bovespa até o fim do primeiro trimestre de 2015. No atual desenho da "Nova Oi", a PT ficou com 25,6%, dos 37,4% previstos originalmente, e os acionistas brasileiros com cerca de 16%.

Fontes afirmaram que a ida da companhia ao Novo Mercado pode significar a porta de saída para alguns acionistas brasileiros. O "Novo Banco", ex-Banco Espírito Santo (BES), maior acionista da PT, estaria negociando a venda de sua fatia. Também não está descartada a entrada de um novo sócio, caso a PT não retome a fatia perdida após a revisão da fusão. Essa diferença ficaria em Tesouraria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Mônica Scaramuzzo, do Estadao | Leia mais em Exame 24/09/2014

24 setembro 2014



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