03 maio 2013

Thyssen pode vender parte da CSA para CSN, mas continuar sócia

A Thyssen está tentando há quase um ano encontrar um comprador para a deficitária divisão Steel Americas, que além da CSA inclui uma usina de laminação nos Estados Unidos.

 A ThyssenKrupp está considerando manter parte de sua participação na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), o que poderia forçar o grupo alemão a injetar mais dinheiro na usina localizada no Rio de Janeiro, afirmou uma fonte com conhecimento do assunto.

 "Uma das opções que emergiram é que a ThyssenKrupp venderia uma participação de um terço para a CSN. Vale e Thyssen também ficariam com um terço cada", disse a fonte à Reuters nesta sexta-feira.

 A Thyssen está tentando há quase um ano encontrar um comprador para a deficitária divisão Steel Americas, que além da CSA inclui uma usina de laminação nos Estados Unidos. O grupo alemão detém 73% da CSA, enquanto a Vale possui o restante.

 Para financiar os investimentos necessários na CSA, os três acionistas então injetariam um total de US$ 750 milhões em capital novo na usina, segundo a fonte.

 O grupo Ternium, considerado um dos favoritos para a compra da CSA, informou esta semana que desistiu da disputa, citando a situação da indústria siderúrgica e "diferença de percepção de valor".

 A Thyssen vinha afirmando que esperava encontrar um comprador para a Steel Americas até maio. O grupo divulga resultados trimestrais em 15 de maio, mas outra fonte próxima das negociações afirmou à Reuters que a Thyssen provavelmente não estaria pronta para anunciar um acordo até a data por causa da complexidade das negociações.

 A Thyssen investiu € 12 bilhões (US$ 15,7 bilhões) para construir as usinas da Steel Americas, mas os empreendimentos acumularam prejuízo de cerca de € 1 bilhão no ano fiscal encerrado em setembro de 2012.

 O grupo alemão também afirmou que pode vender as usinas no Brasil e nos EUA separadamente em vez de dentro de um pacote.

 Nesta sexta-feira, a Thyssen afirmou que quer chegar a um acordo sobre a Steel Americas em um futuro próximo, e acrescentou que as discussões envolvem a Vale, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e agências do governo brasileiro.

 Um porta-voz da Thyssen não comentou se a opção de manter uma participação na CSA está sendo discutida.

 Fontes familiares com o assunto afirmaram que a Thyssen mantinha discussões sobre a Steel Americas com um consórcio da ArcelorMittal e Nippon Steel, além da CSN.

 Ambos os grupos de interessados estão oferecendo mais de US$ 3 bilhões, mas ainda muito menos que os € 3,9 bilhões do valor contábil da unidade, disseram as fontes.

 Analistas do UBS afirmaram que as expectativas do mercado para a venda dos ativos são tão baixas agora que qualquer preço acima de € 800 milhões por toda a unidade seria capaz de elevar o valor das ações da Thyssen.

 As ações da Thyssen disparavam 8% às 10h23 (horário de Brasília) na bolsa de Frankfurt. Por causa do desastroso plano de expansão nas Américas, a Thyssen sofreu prejuízo de € 4,7 bilhões no ano passado, enquanto a dívida líquida subiu 61%, para € 5,8 bilhões.

 A Thyssen continua também a discutir uma possível emissão de ações, afirmou uma fonte próxima do assunto. "Um aumento de capital não é essencial, mas há cenários sendo discutidos em que fica claro que isso seria necessário", disse a fonte.© Thomson Reuters 2013 All rights reserved. Por Arno Schuetze e Tom Käckenhoff/Reuters
Fonte: Brasil Econômico 03/05/2013

03 maio 2013



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