12 julho 2011

Com aquisições, Vale visa liderança e se destaca em 3 categorias

Mineradora conquista primeiro lugar em Maiores Negócios e Empresa mais Poderosa e destaque como Empresa mais Agressiva em F&A

Em 2010, a Vale arrumou a casa. Se desfez de participações em um setor de menor interesse e protagonizou algumas das maiores aquisições feitas no País na última década. O objetivo foi focar as áreas de atuação, consolidando a posição de maior produtor de ferro do mundo, ao mesmo tempo em que diversificou sua fonte de receitas, buscando se tornar líder mundial em fertilizantes.

A atuação no campo das aquisições rendeu à empresa posição de destaque na primeira edição do Prêmio Negócio do Ano iG/Insper, tendo conquistado as duas primeiras colocações na categoria Maiores Negócios do Ano e a liderança em Empresa Mais Poderosa em Fusões e Aquisições, que soma os valores pagos pelos negócios em 2010. A Vale ainda aparece na categoria Empresa Mais Agressiva, empatada com a Lopes com sete transações no ano.

Logo em janeiro, a Vale comprou 100% dos ativos de fertilizantes da americana Bunge no Brasil por cerca de R$ 6 bilhões (US$ 3,8 bilhões). Levou as minas de rocha fosfática e fábricas de processamento de fosfatados e a participação de 42,3% que a Bunge tinha no capital da Fosfertil – maior fornecedora de matéria-prima para a indústria de fertilizantes no Brasil. A transação não envolveu, no entanto, os negócios de varejo ou distribuição, mas englobou também as ações da Mosaic (controlada pela Cargill) e da Yara na Fosfertil.

A produção de fertilizantes é um dos mais lucrativos e promissores negócios do mundo. Estima-se que a oferta brasileira anual em 2017 será de aproximadamente 10,7 milhões de toneladas de potássio e 19,2 milhões de toneladas de rocha fosfática. Em 2010, elas foram respectivamente de 9,3 milhões e 10 milhões. Atualmente, o Brasil é o quinto maior consumidor de fertilizantes do mundo. Segundo o Ministério da Agricultura, em 2011 as compras de adubos serão recordes, com aproximadamente 26 milhões de toneladas.

O negócio não foi o único realizado pela companhia em 2010. A Vale também comprou 51% da BSG Resources, dona de concessões de minério de ferro na Guiné, em Simandou Sul e Simandou Norte. Os blocos adquiridos estão entre os melhores depósitos do mineral ainda não explorados no mundo e foram o primeiro investimento da Vale no oeste africano. Há potencial para o desenvolvimento de projeto de larga escala e longa duração, com baixo custo operacional e de investimento. A expectativa é que, entre 2014 e 2015, o volume extraído chegue a 50 milhões de toneladas. Para se ter uma ideia do volume, em 2012 a Vale deverá extrair 150 milhões de toneladas de minério de ferro de Carajás (PA).

A mineradora também anunciou, no ano passado, a venda de seus ativos de alumínio para a norueguesa Norsk Hydro, por um valor estimado em R$ 8,4 bilhões. A negociação envolveu as participações detidas anteriormente na Albras (51% do capital total), Alunorte (57%) e Companhia de Alumina do Pará (CAP, 61%), em conjunto com uma dívida líquida de R$ 1,1 bilhão e subscrição de 22% das ações ordinárias em circulação da Hydro, mais parte em dinheiro.

Para os analistas que acompanham a mineradora, a aquisição dos ativos da Bunge é positiva para a Vale porque garante uma entrada sólida no setor de fertilizantes, no qual novas operações levam cerca de três a quatro anos para ter início. “A compra diversificou o portfólio da empresa”, diz relatório de análise de mercado divulgado pela Modal Asset.

Além de reduzir a representatividade do minério de ferro em suas vendas, a aquisição de ativos de fertilizantes também permite à Vale ingressar em um novo ambiente de negócio, concorda o analista da XP Investimentos, William Castro Alves.

A Vale começou a investir em fertilizantes em 1992, quando obteve a concessão de exploração da mina de potássio de Taquari-Vassouras (SE). Depois, vieram as compras das reservas de potássio e fosfatos da Rio Tinto na Argentina e no Canadá e, por fim, os ativos da Bunge e Fosfertil. Além disso, a Vale iniciou no ano passado a operação da Mina Fosfatos Bayóvar, no Peru, onde prepara sua expansão.

Outra frente de atuação, talvez tão importante quanto a própria extração de minerais, são os investimentos da Vale em logística. Nos últimos seis anos, foram gastos mais de R$ 15 bilhões na área e, somente em 2011, serão mais R$ 8,5 bilhões, aplicados em ferrovias, terminais portuários, frete marítimo e geração de energia.

Segundo a direção da Vale, o fato de ser uma das finalistas do Prêmio Negócio do Ano iG/Insper é o reconhecimento de que a empresa está no rumo certo, investindo em ativos lucrativos, que apresentam retorno para seus investidores e para o país no curto, médio e longo prazos.

Com minas em 24 países, a Vale é líder global na produção de minério de ferro e a segunda maior mineradora diversificada do mundo. É também a segunda maior produtora de níquel do planeta. Está presente em 38 países nos cinco continentes. É um dos maiores produtores mundiais de manganês e ferro ligas. Também produz cobre, carvão térmico e metalúrgico, fosfatados, potássio, cobalto, caulim e metais do grupo da platina (PGMs).






Fonte: iG12/07/2011

12 julho 2011



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