Os acionistas da Via Varejo podem alterar uma cláusula no estatuto da companhia e, com isso, facilitar o processo de venda da empresa, que já se arrasta desde 2016. Em paralelo, a lista de potenciais interessados na companhia cresce cada vez mais
Sabe aquela série que começa muito agitada, perde força no meio do caminho e, quando quase ninguém mais dava atenção, ganha reviravoltas e volta a esquentar? Pois bem: a venda da Via Varejo segue essa dinâmica — e o episódio desta segunda-feira (3) pode ser um divisor de águas na temporada atual.
Para quem não acompanhou o seriado desde o início, eis uma breve retrospectiva: o Grupo Pão de Açúcar (GPA), controlador da Via Varejo, procura um comprador para a empresa desde 2016. Mas o arco dramático dessa história parece andar em círculos — passados quase três anos e muitas idas e vindas depois, a dona das Casas Bahia e do Ponto Frio continua basicamente na mesma.
Só que um novo roteirista foi contratado para os capítulos desta nova temporada — e ele parece com pressa para encerrar essa história. O capítulo de hoje promete ser agitado: uma assembleia de acionistas pode mudar o estatuto social da companhia e, com isso, facilitar (e muito) o processo de venda.
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Os acionistas da Via Varejo reúnem-se hoje para votar a exclusão da chamada "poison pill" — algo como 'pílula de veneno'. Eu explico: é um mecanismo que tem como objetivo proteger os acionistas minoritários, mas que encarece os custos para um eventual comprador.
No caso da Via Varejo, essa cláusula estabelece que, caso um acionista vire titular de mais de 20% do capital da empresa, ele será obrigado a promover uma oferta pública de aquisição da totalidade das ações (OPA).
Assim, a "poison pill" reduz o interesse de potenciais interessados em adquirir fatias da empresa, já que, ao obrigar a promoção da OPA, os custos da operação tendem a ficar mais elevados. E é exatamente esse artigo que poderá ser excluído do estatuto da Via Varejo.
E já há uma prévia a respeito do resultado. O boletim consolidado de voto à distância — ou seja, o registro de votos de acionistas que não poderão estar presentes na assembleia, mas que querem participar da deliberação — aponta que a "poison pill" está com os dias contados.
No mapa de votação à distância, acionistas detentores de 77,9 milhões de papéis da Via Varejo aprovam a alteração do estatuto social — uma fatia bem menor votou pelo "não", equivalente à 5,9 milhões de ações da companhia.
Assim, o episódio desta segunda-feira caminha para abrir espaço para que a série da Via Varejo entre numa nova fase, facilitando o interesse de potenciais compradores. E diversas empresas querem assumir o protagonismo na reta final desta temporada — talvez a última.
Quem leva?
Notícias a respeito de possíveis interessados na Via Varejo têm movimentado o mercado nas últimas semanas. E um novo personagem surgiu recentemente nesta história: a Lojas Americanas.
Segundo o jornalista Lauro Jardim, do jornal o Globo, a empresa estaria avaliando a compra da dona das Casas Bahia e do Ponto Frio. Questionada pelo Seu Dinheiro, a companhia limitou-se a afirmar que a informação não procede, não entrando em maiores detalhes sobre seus planos futuros.
De qualquer maneira, o nome da Lojas Americanas junta-se a um grupo cada vez maior de personagens. Na semana passada, por exemplo, a Starboard — uma companhia especializada na reestruturação de empresas — despontou como interessada em fechar uma operação.
A Starboard já possui uma fatia de 72% na Máquina de Vendas — que, por sua vez, é dona da Ricardo Eletro. Assim, a aquisição da Via Varejo teria um viés estratégico, já que as operações dos dois conglomerados poderiam se fundir.
No meio de maio, foi a vez de um velho conhecido do público desse seriado ganhar destaque: o empresário Michael Klein, ex-dono das Casas Bahia, que confirmou que estava avaliando a compra de ações da companhia.
Atualmente, a família Klein é a segunda maior acionista da Via Varejo, com uma participação de 25,24% — apenas o GPA, com seus 36,27%, possui uma fatia maior. Acionistas minoritários respondem por 38,46% da empresa, enquanto 0,02% das ações encontram-se em tesouraria.
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Ruy Moura
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