13 abril 2019

Frigorífico Mondelli tem oferta de compra por R$ 196,4 milhões

Grupo Alliz, sediado em Boituva, deposita R$ 49,1 mi em juízo na segunda; administrador concordou com proposta, mas credores podem pedir impugnação

Pendência em relação à venda do Mondelli depende de impugnações na próxima semana
O Frigorífico Mondelli pode ser adquirido pelo Grupo Alliz, de Boituva (SP), por R$ 196,4 milhões. A oferta foi formalizada nessa sexta-feira (12) em audiência na 1ª Vara Cível do Fórum de Bauru pela controladora da marca, a família Zanchetta. O juiz substituto Marcelo Andrade Moreira fez o registro da proposta, incluindo o prazo de 24 horas para o depósito judicial dos 25% iniciais, ou R$ 49,1 milhões. O processo pode receber impugnações até quarta-feira da próxima semana.

A proposta de compra do frigorífico bauruense tem a concordância do administrador judicial. A audiência de ontem contou com representantes do Ministério Público Estadual (MP), de advogado dos credores, do Sindicato da Alimentação e do Jurídico Municipal. A oferta de compra foi realizada em nome da Zanchetta Alimentos. A empresa integra o Grupo Alliz, especializado em abate, indústria de ração e transporte na área de proteína branca (frango). O grupo tem frigorífico consolidado em área de 420 mil m2, em Boituva.

Ainda nessa sexta (12), o juiz que presidiu a audiência de abertura da proposta determinou a publicação no Diário Oficial Eletrônico na segunda-feira. Há 48 horas a partir de segunda para eventuais impugnações da oferta, com base na Lei de Falência (11.101/2005). O depósito judicial do sinal de R$ 49,1 milhões independe de impugnações.

Não há previsão de impugnações pelo principal credor. O advogado Thiago Munaro, que defende os interesses do credor Charles Marc Henry Léguille, disse que a orientação preliminar não é pela impugnação. "Vamos discutir o caso. O valor da proposta atende ao edital. A priori devemos ingressar com manifestação de esclarecimento a respeito do pagamento do ativo circulante, de R$ 75 milhões, deixado pelo Charles Léguille quando saiu da gestão. A oferta de R$ 196,4 milhões pela planta é um bom preço para o caso concreto, com outras 12 parcelas do restante. Na falência há a venda da Fazenda Santo Antonio, por R$ 33 milhões, e agora a proposta de R$ 196,4 milhões. Não há interesse em impugnar", informou Munaro.

Mas um dos acionistas vai pedir impugnação. Constantino Mondelli Júnior adiantou nessa sexta-feira (12) que vai apresentar o pedido para vários pontos. "Vou impugnar pela atualização do ativo de R$ 75 milhões desde a origem, esclarecer qual o procedimento em relação aos trabalhadores, se terão de ser demitidos e readmitidos em caso de homologação da venda, qual o procedimento de transferência do negócio, como será feito o pagamento do passivo de R$ 56 milhões e de outros R$ 104 milhões de dívidas com o Fisco (impostos, previdência, FGTS e outros), como fica a avaliação não realizada da marca, se a sede será objeto de arrendamento ou outra forma de pagamento? Isso tudo porque a oferta diz respeito a quanto vale o negócio em si (valuation). E ainda tem de definir a questão de quatro recursos judiciais pendentes", adiantou o acionista. Cada acionista tem um advogado representante. Mondelli Júnior representa a si próprio, como advogado.

Para o Sindicato da Alimentação, o negócio é bom para todos. "A proposta realizada é muito boa, para o trabalhador, para a cidade e para os negócios do setor. O Grupo Alliz é muito forte, uma potência na área de proteína branca, com consolidação em indústria de ração, transportadora própria e abate de frango. Ajustada a gestão na área de carne vermelha com compartilhamento da rede que eles já possuem com frango, é um negócio bem promissor. O município poderá recolher ICMS valioso e o valor é elevado, os postos de trabalho são de 610 funcionários para uma produção efetiva hoje de 700 bois abatidos, desossados e embalados por dia. Uma produção a pleno vapor. A questão é a impugnação", comenta o diretor sindical Antonio Carlos de Oliveira Matheus, o Pardal.

A redação entrou em contato com o Grupo Alliz e deixou recado na diretoria, sem retorno. Leia mais em jcnet 13/04/2019

13 abril 2019



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