02 junho 2016

FUSÕES E AQUISIÇÕES: 49 TRANSAÇÕES REALIZADAS EM MAIO/16

  O mercado de fusões & aquisições continua sofrendo com os desdobramentos dos fatos políticos que estão influenciando as expectativas e confiança dos investidores. No mês de maio/16, foram realizadas 49 transações no mercado brasileiro, correspondendo a um investimento da ordem de R$ 11,3 bilhões. Representa uma queda de 41,0% em relação ao número de operações do mês anterior e uma redução de 65,4% dos montantes investidos.
    O valor total dos negócios no período de jan a mai/16, alcançou R$ 75,9 bilhões, representando uma queda de 8,7%  em relação ao mesmo período do ano anterior.  O volume de transações, no total de 277, também registrou redução de 11,2%.
    Queda do nº de transações de valor inferior a R$ 500 milhões e  crescimento de 14% do nº de transações de valor superior a R$ 500 milhões. Das 33 transações de grande porte, somente 21% tem alguma conotação de desinvestimento relacionada a operação Lavajato.
    Cresceu o valor médio das transações nos primeiros cinco meses de 2016, em 2,9%.
    Os setores de TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) e OUTROS  foram os mais ativos no mês de maio.
    O maior apetite no mês ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 34 operações (69%), enquanto os Financeiros realizaram 15.
    Sob a ótica do país de origem do investidor, os de origem Nacional realizaram em maio 29 operações e os Estrangeiros 20. No acumulado do ano, os Nacionais responderam por 56,7% do volume de operações e 47,7% do montante.  Por país, os EUA, com 6 operações,  foi o maior investidor, representando 30% dos investimentos estrangeiros.
    A maior transação no mês foi a  Petrobras vendendo seus ativos na Argentina à Pampa Energia por US$ 892 milhões.
    No gráfico do acumulado dos doze meses sinaliza nova queda em maio, de 1,1% do número de transações de M&A, com  807 operações.
    Quanto às Percepções de Mercado, merece destacar: (i) Sai o IPO e entra OPA; (ii) Novo governo pode destravar mercado de IPOs; (iii) Com Michel Temer, mercado eleva projeções para o PIB; (iv) Governo deve apresentar ativos para tentar atrair investidor estrangeiro.

Operações de Fusões e Aquisições divulgadas com destaque pela imprensa brasileira no decorrer do mês de MAIO de 2016.

ANÁLISE DO MÊS

Setores mais ativos - Os 5 setores mais ativos responderam por 63,3% do total das operações e 61,2% do valor total dos investimentos.


Foram divulgadas com destaque pela imprensa neste mês 49  transações em 17 setores da economia brasileira, registrando uma queda de 41,0 % em relação ao mês anterior ( 83 operações).

Evolução nos últimos 4 anos  - No acumulado dos 5 primeiros meses de 2016, apuradas 277 operações, registra-se uma queda  de 11,2% se confrontado com igual período de 2015,  quando foram realizadas 312 operações.

Maiores apetites x maiores quedas. O segmento com maior apetite  neste mês foi o de TI, com a realização de 14 transações representando 28,6% do total.
No gráfico dos setores mais ativos nos primeiros cinco meses de 2016, além de TI, destacam-se OUTROS  e ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO.
Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações nos cinco primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2015, foram COMPANHIAS ENERGÉTICAS, TI  e  OUTROS. Por sua vez, os setores que mais cresceram no nº de operações foi PRODUTOS QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS e INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS.

O acumulado do volume de transações dos últimos doze meses sinaliza queda - O mês sinaliza nova queda, de 1,1% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses -  maio de 2016, com  807 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior.
No gráfico do acumulado dos 12 meses, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações,  incluindo prováveis fatores que mais estão repercutindo nos investimentos.  Os desdobramentos dos fatos políticos recentes estão influenciando as expectativas e confiança dos investidores, aliadas à contração da economia e restrições de crédito, traduzindo-se num novo ciclo de queda do volume de negócios nos 5 primeiros meses de 2016.


Operações de pequeno porte são maioria nos últimos 3 anos. Nos últimos três anos as operações de pequeno porte - até R$ 49,9 milhões - são maioria.
Interessante notar que enquanto se constata queda  do nº de transações de valor inferior a R$ 500 milhões (redução de 14% de 2016 em relação a 2015), verifica-se um crescimento, também de 14%, do nº de transações de valor superior a R$ 500 milhões. A propósito, das 33 transações de grande porte, somente 21% tem alguma conotação de desinvestimento relacionada a operação Lavajato.


Porte das transações: 63% das transações são do porte de até R$ 50 milhões - Das 49 transações apuradas no mês,  31 são de porte até R$ 49,9 milhões -  63,3% do total e responderam por 3,3% do seu valor.
Para este mesmo porte de operações, no acumulado do ano de 2016, registraram 172 transações representando 62,1% do total  e  3,3% do valor.



Nos cinco primeiros meses cerca de 6% das operações  respondem por 68% dos montantes envolvidos - No topo da pirâmide foram apuradas 3 transações neste mês, com porte acima de R$ 1,0 bilhão, representando 6,1% do número de operações e responderam por  59,9% do valor das transações. No acumulado dos cinco primeiros meses, são 18 transações que correspondem a 6,5% e respondem por 68,0% do valor total das transações.
Queda de 65% do montante das operações em relação ao mês anterior. Quanto aos montantes dos negócios realizados em maio de 2016, estima-se o total de R$  11,3 bilhões, representando uma queda de 65,4% em relação ao mês anterior - considerando Valores Divulgados ( 95,8%) e Não Divulgados/Estimados (4,2%).


Queda de 8,7% do investimento nos primeiros cinco meses. O valor total dos negócios nos primeiros cinco meses de 2016, alcançou R$ 75,9 bilhões, representando uma queda de 8,7%  em relação ao mesmo período do ano anterior.


Valor médio das transações nos primeiros 5 meses de 2016 cresce 2,9%. O valor médio das transações realizadas neste ano alcançou R$ 274,1 milhões, contra R$ 266,4 milhões no mesmo período de 2015, representando um crescimento de 2,9%.


Predomínio dos investidores Nacionais no volume de transações. Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis por 29 operações, no mês, enquanto os investidores de Capital Estrangeiro realizaram 20 operações.
No acumulado ano, os Nacionais responderam por 59,2% do volume de operações e 35,9% do montante.
Investidores estratégicos estão com maior apetite - O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 34 operações (69,4%), e responderam por 81,3% dos montantes investidos. No acumulado do ano, os estratégicos, com 217 operações responderam por 78,3% dos negócios e 75,4 % dos investimentos. Os Financeiros, por sua vez, realizaram 15 operações no mês e 60 nos cinco primeiros meses de 2016.







Os investidores Estrangeiros responderam por 52,3% dos investimentos realizados nos cinco primeiros meses de 2016. Estima-se que no mês de maio/16, os investimentos estrangeiros representaram 64,1%, com  R$ 7,3 bilhões. No acumulado do ano, os investimentos estrangeiros totalizam R$39,7 bilhões, correspondendo a 52,3%.
Por país, os EUA, com 6 operações,  foi o maior investidor, representando 30,0% dos investimentos estrangeiros.


Maior transação do mês  -  A maior transação em maio/16, foi a da  Petrobras vendendo seus ativos na Argentina à Pampa Energia por US$ 892 milhões.03/05/2016

“PERCEPÇÕES” DO MERCADO - notícias que se destacaram:
    Sai o IPO e entra OPA. Recessão econômica. Balanços com prejuízos. Grandes marcas em dificuldades. Falta de confiança dos empresários. Já faz algum tempo que toda a longa lista de problemas que abalam a economia do país desaguou na Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa. Ocorre que a maré de más notícias não gerou somente uma queda profunda do valor das ações. Ela também está provocando uma desidratação do mercado, por meio de uma onda de fechamento de capital de empresas. . O primeiro resultado desse movimento é uma troca de siglas. Sai de moda a abertura de capital, o IPO, na abreviação em inglês, e entra em cena a OPA (Oferta Pública de Aquisição), a operação usada pelos sócios controladores para comprar papéis de minoritários. 09/05/2016
    Novo governo pode destravar mercado de IPOs. Uma melhora das expectativas do mercado resultante de uma gestão macroeconômica mais saudável pelo governo federal pode permitir uma retomada das ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) no Brasil ainda este ano, afirmou ontem o presidente executivo da BM&FBovespa, Edemir Pinto. “O Brasil pode começar um grande círculo virtuoso para a economia.” O novo governo terá desafios, mas pode conseguir melhorar o ambiente de negócios no Brasil, que vem sendo afetado pela incerteza política e uma das maiores recessões da história, segundo investidores e analistas nos Estados Unidos consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.Bancos americanos, como o Bank of America Merrill Lynch e o Morgan Stanley, já melhoram as previsões para a economia brasileira por conta do novo governo e das medidas já anunciadas ontem. A equipe econômica, encabeçada pelo ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também vem recebendo elogios em Wall Street.  14/05/2016
    Com Michel Temer, mercado eleva projeções para o PIB. Um dia após Michel Temer assumir interinamente a Presidência da República, aumentou o número de consultorias privadas e de bancos revisando para cima as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2017. As novas projeções indicam expansão de até 2,1% no ano que vem.
    Governo deve apresentar ativos para tentar atrair investidor estrangeiro. O governo brasileiro pretende realizar uma série de encontros com investidores para dar publicidade a um amplo plano de venda de ativos, uma iniciativa-chave para ajudar a levantar recursos e reduzir o déficit orçamentário recorde. Segundo o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), uma rodada dos chamados roadshows é considerada como passo necessário para divulgar os ativos e a estrutura legal e regulatória por trás do programa.  Levantamento feito pelos economistas Gesner Oliveira e Luiz Castelli, da GO Associados, mostra que o potencial de recursos obtíveis com a venda de ativos do governo federal é de R$ 127,863 bilhões, sendo, principalmente, R$ 42,244 bilhões com a Petrobras (cujo valor de mercado é de R$ 147 bilhões e a participação da União no capital social da é de 28,7%) e R$ 44,352 bilhões com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (com valor de mercado de R$ 44,352 bilhões e participação da União no capital social de 100%). Existe ainda potencial de R$ 32,008 bilhões com a venda do Banco do Brasil (cuja participação da União é de 55,5%). Entretanto, se o governo vender cerca de R$ 40 bilhões e utilizar estes recursos para abater sua dívida, conseguiria economizar cerca de R$ 5,7 bilhões (0,1% do Produto Interno Bruto - PIB) com pagamento de juros em um ano , afirmaram os economistas da GO Associados, no estudo. 24/05/2016

SUMÁRIO DOS DESTAQUES DO MÊS - FUSÕES E AQUISIÇÕES
A ordem da relação das transações de Fusões e Aquisições segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e/ou  postadas no blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. e podem ser localizadas nos endereços abaixo.

DESTAQUES DA:


DESTAQUES DO MÊS ANTERIOR


M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
 A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação de notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.  


02 junho 2016



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