03 junho 2016

Takeda retoma plano de aquisições no Brasil

Maior farmacêutica japonesa, a Takeda vai novamente às compras no mercado brasileiro. Em entrevista ao Valor, o presidente do laboratório no país e na América Latina, Ricardo Marek, afirmou que a companhia está buscando oportunidades de compra... Leia mais em ValorEconomico m03/06/2016
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Takeda retoma plano de aquisições no Brasil
03/06/2016 - Valor Econômico

Maior farmacêutica japonesa, a Takeda vai novamente às compras no mercado brasileiro. Em entrevista ao Valor, o presidente do laboratório no país e na América Latina, Ricardo Marek, afirmou que a companhia está buscando oportunidades de compra de outras farmacêuticas. "O Brasil é um país vital para o crescimento da organização.
Estamos ativos em fusões e aquisições", disse.

Uma provável aquisição do laboratório tende a levar em conta as áreas terapêuticas estratégicas para a multinacional, em complementação a seu portfólio, e o mercado de OTC (medicamentos isentos de prescrição), que concentra um grande número de laboratórios nacionais.

Globalmente, a Takeda colocou no foco as áreas de gastroenterologia, oncologia, sistema nervoso central, cardiovascular e metabólica e vacinas, as duas últimas de maneira seletiva, conforme Marek. No país, 45% dos negócios da farmacêutica estão em OTC, outros 45% em medicamentos de prescrição e os 10% remanescentes são gerados por produtos inovadores em oncologia.
O executivo pondera que não é possível dizer se um negócio vai ser fechado ainda em 2016, uma vez que esses processos podem ser de longa maturação.

"Esse é um ano de namoro. Estamos olhando, avaliando alguns ativos", disse.
Foi justamente por meio da compra de outros laboratórios que a Takeda, dona de marcas famosas como Neosaldina e Eparema, efetivou e consolidou sua presença no mercado brasileiro. No fim da década passada, a farmacêutica contava apenas com um escritório no país e, hoje, está entre as dez maiores farmacêuticas do país em vendas e é a sétima maior no segmento de genéricos em unidades.

Globalmente, a farmacêutica também voltou a atuar no redesenho da indústria, que tem resultado em transações bilionárias e troca de portfólio entre multinacionais. No fim de maio, o jornal "The Wall Street Journal" informou que a Takeda, em parceria com o fundo TPG Capital, teria feito uma oferta pela canadense Valeant. A proposta, porém, foi rejeitada. No início do ano, a companhia japonesa já havia comprado uma fábrica de biológicos em Minnesota, nos Estados Unidos, pertencente à Baxalta.

Em 2011, a Takeda garantiu presença relevante no mercado farmacêutico europeu com a aquisição da Nycomed, laboratório suíço com foco em países emergentes, por US$ 14 bilhões. A operação também representou a entrada efetiva do laboratório no mercado brasileiro, onde a Nycomed estava presente desde 1954. No ano seguinte, a Takeda fechou a compra da Multilab, por R$ 540 milhões, consolidando sua presença no país. Conforme Marek, a farmacêutica ajustou o foco para manter as posições conquistadas em mercados já constituídos e entrar em novas áreas terapêuticas. No concorrido mercado brasileiro de genéricos, que é disputado por grandes fabricantes como EMS, Hypermarcas (Neo Química), Medley (Sanofi) e Eurofarma, os esforços da Takeda visam a sustentar a participação de mercado alcançada. "É um dos mercados mais pujantes dentro da indústria", afirmou.

Ao mesmo tempo, o lançamento de produtos inovadores no país tende a ampliar a participação desses medicamentos nos negócios e acelerar o ritmo de expansão das receitas no país. Nesse sentido, o próximo passo é trazer ao país o primeiro biológico da Takeda, o Entyvio (vedolizumab), indicado para tratamento de colite ulcerosa e doença de Crohn.

A farmacêutica participa ainda da corrida para desenvolvimento de uma vacina contra a dengue, que é liderada pela francesa Sanofi. O imunizante da Sanofi já recebeu o aval da Anvisa, mas ainda não começou a ser distribuído no país. Já a vacina da Takeda está em vias de entrar na última fase de pesquisas clínicas (a chamada fase III), que incluirá pacientes brasileiros.

Normalmente, a partir desse momento, são necessários até dois anos para que o medicamento chegue ao mercado.
Com faturamento global equivalente a US$ 16,6 bilhões no ano fiscal encerrado em 31 de março, a Takeda registrou vendas de US$ 890 milhões na América Latina. Na região, o crescimento recorrente superou a taxa consolidada e ficou em 7,4%. A desvalorização do real, porém, fez a subsidiária brasileira perder alguns postos no ranking das maiores operações da farmacêutica. Em 2013, o país estava em as quatro mais relevantes. Hoje, está no grupo das oito. Leia mais em portal.newsnet 03/06/2016


03 junho 2016



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