A Siemens deu ontem um passo para crescer na área de medidores inteligentes no Brasil com a compra da mineira Senergy, que fabrica softwares que coletam informações de medidores e apontam soluções para corrigir casos de desperdício de energia. A gigante alemã, que oferece uma variada gama na área de smart grid (sistemas inteligentes de distribuição de gás, eletricidade e água), pretende usar a capacidade de inovação da Senergy em escala global.
Parte do grupo Nansen, a Senergy tem 100 funcionários e, a exemplo de outro braço do grupo, a Chemtech, que atua na área de óleo e gás, é uma companhia de 'cérebros'. 'Embora a empresa tenha uma carteira de clientes interessante e um faturamento relevante, a compra foi decidida pela capacidade de inovação em um produto que terá mercado no Brasil nos próximos anos', explica Guilherme Mendonça, diretor da divisão de smart grid da Siemens no Brasil.
O faturamento da Senergy, segundo fontes de mercado, está próximo de R$ 50 milhões por ano. As duas empresas não revelam o valor da aquisição, que foi negociada ao longo dos últimos 12 meses. O objetivo do grupo alemão é incorporar a Senergy à sua estrutura dentro de aproximadamente um ano.
O Brasil, diz o executivo, tem sérios problemas com fraudes e deficiências na medição de energia, o que abre possibilidades para soluções de gerenciamento de dados de consumo. Em julho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fará uma audiência pública que poderá decidir pela substituição dos medidores de energia atuais pela chamada 'rede inteligente', ou smart grid. A expectativa é que essa mudança tecnológica abra um mercado avaliado em bilhões de reais ao longo dos próximos anos.
Enquanto a definição não sai, explica o diretor da Siemens, a empresa pode se dedicar aos estabelecimentos comerciais e industriais, que não dependem de regulamentação para substituir equipamentos.
Inovação. A Senergy pode servir como polo de desenvolvimento de software para combater desperdícios em diversas partes do mundo, já que as deficiências de medição são sentidas também em nações da África, da Ásia e da América Latina.
Mendonça explica que os produtos da Senergy podem ser associados a hardwares e sistemas de comunicação fabricados pela Siemens ao redor do mundo. Além disso, o centro de pesquisas da Siemens em smart grid no Brasil, que foi inaugurado em abril, em Curitiba, servirá de apoio para as inovações desenvolvidas pela Senergy.
No longo prazo, a meta do grupo é usar sua atuação em todos os elos da cadeia - hardware, software e serviços - para oferecer no Brasil soluções integradas que possam verificar, ao mesmo tempo, a distribuição de eletricidade, água e gás (esse tipo de produto já é vendido na Europa). Segundo o responsável pela área de smart grid no Brasil, esse tipo de oferta pode ser facilmente costurada em Estados em que os serviços ainda sejam prestados por empresas públicas.Por FERNANDO SCHELLER,
Fonte: estadao 01/06/2012
01 junho 2012
Grupo alemão Siemens compra a fabricante de software Senergy
sexta-feira, junho 01, 2012
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Ruy Moura
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