21 junho 2012

Grupo Rede Energia tenta vender distribuidoras

Empresa procurou os controladores do JBS, que já anunciaram interesse de entrar no setor de infraestrutura

Dono de nove distribuidoras no País, o grupo Rede Energia está atrás de compradores para seus ativos. Nas últimas semanas, a empresa procurou o grupo J&F, que desistiu de comprar a cons­trutora Delta, envolvida no es­cândalo de Carlinhos Cachoeira. A companhia, dona do frigorífi­co JBS, já havia anunciado o inte­resse de entrar em negócios de infraestrutura.

 Segundo fontes próximas ao grupo de distribuição, ainda não há nada fechado. Mas o J&F esta­ria interessado em todas as em­presas do grupo e não apenas na Celpa, distribuidora de energia do Pará (em recuperação judi­cial desde o fim de fevereiro). A intenção seria comprar mais de uma concessionária, como a Cemat, que está em sua área de atua­ção em Mato Grosso. Procurado pelo Estado, o grupo não quis se pronunciar sobre o assunto.

 Em negociações mais avança­das, a Equatorial está bem próxi­ma de adquirir a Celpa. Segundo fontes em Brasília, a empresa, que hoje controla a Cemar, do Maranhão, teria apresentado a melhor proposta - e a mais objetiva - entre os demais investido­res, como a gestora de recursos GP Investimentos.

 Além disso, a Equatorial tem a seu favor a preferência do gover­no federal, que quer de repetir na Celpa as melhorias promovi­das na Cemar. A distribuidora do Maranhão passou por dificulda­des parecidas no passado. Mas, desde que a Equatorial assumiu, os índices de qualidade de forne­cimento de luz melhoraram.

Fontes afirmam que Cemig e CPFL também estão na disputa por ativos do Rede Energia. Para a estatal mineira, faria sentido adquirir a Caiuá, que atende o interior de São Paulo, e a Cemat. Já a CPFL estaria de olho na Enersul, do Mato Grosso do Sul, e nas pequenas concessionárias de São Paulo, como a Nacional, Bragantina e Vale Paranapanema.

 A situação do grupo Rede Energia já vinha preocupando o gover­no federal nos últimos anos, mas acendeu o sinal de alerta em fevereiro, com o pedido de recupera­ção judicial da Celpa. O maior temor é que os problemas da dis­tribuidora do Pará respinguem na operação das demais conces­sionárias dos grupo, como já co­meçou a ocorrer.

 Algumas empresas da Rede fo­ram proibidas de reajustar tari­fas por causa de inadimplência com o governo em encargos seto­riais. Segundo fonte de Brasília, isso fará com que a qualidade dos serviços logo comece a cair. Por isso, o governo quer uma so­lução rápida para a questão.

 Nas últimas semanas, além de buscar possíveis compradores para as distribuidoras, o Rede também tentou vender sua car­teira de contratos de comerciali­zação de energia para fazer cai­xa. Alguns clientes foram procu­rados para um acordo de cancela­mento dos contratos. Uma das interessadas nesses contratos seria a Coomex, comercializadora de energia do BTG Pactual. Por Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo 21/06/2012

21 junho 2012



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