Negócios que eram dirigidos por familiares são vendidos para empresas por falta de recursos e infraestrutura
As usinas do interior de São Paulo podem estar voltando a viver um movimento semelhante ao da década de 1980. Na década de 70, no início do programa do governo federal Proálcool pecuaristas e produtores rurais se uniram em cooperativas e sociedades para montar as destilarias e usinas de álcool.
Com o passar dos anos, essas empresas foram se concentrando nas mãos de poucos donos a partir da compra de ações dos acionistas minoritários. Foi assim que muitas usinas ficaram sob domínio de grupos familiares. Agora, essas famílias, por endividamento da empresa ou na tentativa de ampliar o negócio, repassam as suas usinas para grandes os grupos - que já são os detentores da maioria das ações.
A família de Cicero Junqueira Franco, um dos pais do Proálcool, é uma delas. Uma das usinas da família, da Pioneiros, de Sud Mennucci, foi incorporada pelo grupo Santa Adélia, de Jaboticabal, numa troca de ações com objetivo de sanar uma dívida total de R$ 300 milhões dos dois grupos. "Mas no nosso caso, estamos nos unindo a um grupo nacional e fizemos isso também para aumentar a escala", diz Celso Torquato Junqueira Franco, filho de Cícero, e presidente da União dos Produtores de Bionergia (Udop)
Celso esclarece que não é apena por conta do endividamento que os usineiros colocam as empresas à venda. "Isso também é causado por outros fatores, como composição societária e procura de oportunidades", explica ele.
Mas nos últimos anos, segundo conta Franco, a falta de investimento nos canaviais, os problemas climáticos, o aumento dos custos de produção, além da falta de políticas públicas para o setor sucroalcooleiro contribuíram para o endividamento das empresas.
Fonte:OEstadodeSP02/04/2012
02 abril 2012
Centrais de álcool voltam para as mãos de grandes grupos
segunda-feira, abril 02, 2012
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Ruy Moura
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