15 maio 2019

Novo plano da Oi chega em junho; venda de ativos pode levantar R$ 7 bi

O processo de revisão do plano estratégico da Oi está sendo finalizado e com a consideração de obtenção de até R$ 7 bilhões em recursos com venda de ativos, revelou a companhia nesta terça-feira, 14. Com a consultoria da Oliver Wyman, o Boston Consulting Group (BCG) e o Bank of America Merrill Lynch (BofAML), a operadora espera divulgar o novo modelo estratégico em um mês. “Estamos próximos de concluir, a revisão está sendo finalizada e vamos revelar ao mercado até meados de junho”, confirmou o CFO da operadora, Carlos Brandão.

Entre as atividades sendo consideradas, há a venda de ativos non core (que não sejam chave). A Oi conta com o BofAML para prospectar e estruturar operações desses desinvestimentos, procurando maximizar a “criação de valor” e ampliar fontes de financiamento para a execução do plano de investimentos com foco em FTTH e cobertura 4,5G. “Já comunicamos ao Bank of America e outros bancos que temos uma lista de ativos para monetizar, e temos de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões para serem monetizados”, declara. Brandão acredita que o processo adequado permitirá essa monetização em “médio prazo”.

Porém, o executivo explica que a empresa está totalmente financiada neste ano baseada no aumento de capital de R$ 4 bilhões e no plano de investimentos – a Oi prevê dedicar um Capex de R$ 7 bilhões para 2019 e o mesmo valor para 2020. “Para esses investimentos e com nosso portfólio, temos mais do que o suficiente para investir”, afirmou o executivo.

Outra possível fonte de recursos está no pagamento de dividendos da angolana Unitel. No entanto, assim como no último trimestre, a Oi continua sem ter informações mais concretas a respeito da possibilidade. “Não temos ainda uma visão clara dos dividendos, mas isso terá mais foco”, disse Brandão.

Foco

A Oi reforçou que o centro da estratégia para reverter a tendência de queda das receitas está na fibra. Não apenas para o acesso fixo em FTTH, mas como infraestrutura no atacado e como backhaul para a rede móvel de 4,5G e até da futura 5G. O plano utiliza como base a estratégia de reuso de fibra e infraestrutura ociosa, que permite uma redução de 19% em relação ao investimento necessário para as homes-passed (de R$ 288 milhões, contra R$ 500 milhões no ano anterior). Assim, a taxa de conexão dessas homes-passed cresceu quatro vezes nos últimos 12 meses. Desde o início da estratégia de reuso há sete meses, a empresa obteve uma taxa de 11,2% de take-up considerando os HPs nesse escopo do reuso (no total, o take-up de homes-passed da empresa em março tinha taxa de 8,7%). Ao todo, são 1,7 milhão de homes-passed, com crescimento trimestral de 480 mil, sendo 174 mil somente em março.

A construção de homes-passed deverá ser acelerada, especialmente para a empresa se defender da concorrência com provedores regionais. “Há 4 mil ISPs operando no Brasil, muitos informalmente, e eles têm tido sucesso capturando em cima de nossa base de cobre. Para compensar, estamos investindo bastante na fibra”. A projeção inicial da Oi diz que já foi possível reverter a tendência de queda na base de banda larga ou suavizá-la em certos municípios. A projeção de expansão mensal com “Capex irrestrito” é de 500 mil HPs. Atualmente, a taxa é de 174 mil HPs, o que já representa um aumento de 222% em relação ao primeiro trimestre de 2018.

Com a infraestrutura ótica, a empresa também quer ser provedora de atacado. A Oi afirma ter 363 mil km de fibra, considerada “oportunidade única” e de “grande potencial” por oferecer duas ou mais rotas de fibra para as principais cidades no Brasil. Um dos objetivos para a receita de B2B é justamente de “atuar em sistema de parcerias com ISPs em áreas específicas”, embora a tele não tenha detalhado como planeja executar isso. A própria operadora diz que a capilaridade vai posicioná-la como “principal provedor de infraestrutura para 5G no País”.

Racionalização

Em conformidade com o discurso recente das demais operadoras, a expectativa da Oi é que o mercado móvel promova em breve um reajuste nos preços, o que levaria a uma melhora na receita para a empresa. Brandão explicou que espera o crescimento em todas as operadoras, o que traria maturidade na implantação. “No curto prazo, neste ano, esperamos impacto positivo com o ambiente competitivo mais racional.” Há ainda os efeitos da melhora do mix pré e pós – apesar de a operadora ainda não ter mais do que um terço da base em pós, a empresa registrou que mais do que metade (51%, contra 46% em 2018) da receita de clientes móveis veio dessa modalidade.
Bruno do Amaral, Leia mais em  mobiletime | 14/05/19


15 maio 2019



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