A venda de uma fatia minoritária do Banrisul é um passo que pode ajudar na construção de um acordo de socorro do Rio Grande do Sul pelo Tesouro Nacional. Mas, sem abrir mão do controle da instituição, é provável que o Estado precise apresentar outras medidas para convencer o Tesouro a assinar acordo que viabilizará a suspensão do pagamento de dívidas do Estado e a tomada de empréstimos para tentar reequilibrar suas contas.
Na equipe econômica, é amplamente majoritária a visão de que o ideal seria que o Rio Grande do Sul incluísse a privatização do Banrisul no pacote de ajuste fiscal. A visão é que a medida, além de reduzir fortemente a dívida do Estado e seus encargos, aumentaria a eficiência da instituição financeira e do Executivo local. Nenhum dos outros ativos gaúchos tem o mesmo potencial arrecadatório.
A alienação de ações sem perda de controle não teria sido informada previamente aos técnicos do governo federal, com quem os gaúchos devem ter, na próxima semana, nova rodada de discussões.
O movimento gaúcho tem alguns aspectos complexos. Um deles é que, sem abrir mão do controle, o risco de ingerência política na instituição continua, o que impacta nos preços dos papéis e reduz o potencial de arrecadação. O outro é que, mesmo com uma cotação favorável, o volume é insuficiente para cobrir o rombo orçamentário e reduzir o custo da dívida em montante relevante. Além disso, o uso dos recursos dessa venda pelo governo estadual é uma incógnita que complica a construção do cenário fiscal para balizar o acordo.
Se continua relutante a realizar plenamente os anseios da Fazenda federal de uma privatização completa de sua "joia da coroa", pesa a favor do Estado conseguir fechar um acordo o fato de o poderoso ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, ser gaúcho e ter interesse em fazer o acordo andar.
Nesse sentido, é eloquente o exemplo do Rio de Janeiro, que contou com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), para efetivar o acordo, mesmo com a área técnica ainda tendo dúvidas sobre a viabilidade.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, destacou que o governo está à disposição para tratar de um possível acordo com o Rio Grande do Sul. "Estamos abertos. Seria importante que o Estado buscasse se adequar dentro das regras aprovadas pelo Congresso", disse. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 05/10/2017
05 outubro 2017
Venda de fatia do banco pode não ser suficiente para acordo
quinta-feira, outubro 05, 2017
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Ruy Moura
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