Nos próximos seis meses, deals vão se concentrar nos setores de saúde, tecnologia, mídia, telecomunicações e industrial
Para Claudio Yamashita, o fato de ter mais deals significa que os investidores estão encontrando contextos econômico e político mais positivos
O volume global de deals está aumentando, de acordo com o relatório Intralinks Deal Flow Predictor, que indica futuros anúncios de fusões e aquisições. O estudo prevê que o número de transações divulgados na América Latina cresça cerca de 7% em 2017, em comparação a 2016. No comparativo anual, as atividades de M&A em estágio inicial – seis meses antes de serem anunciadas publicamente – subiram 10% somente no segundo trimestre deste ano.
Claudio Yamashita, diretor geral da Intralinks no Brasil, esclarece que a pesquisa dita uma possível tendência baseada no volume de deals que estão utilizando a plataforma. “Estamos falando em um possível crescimento de 7% na América Latina, mas pode variar um pouco para cima ou para baixo. Os deals que estão em nossa plataforma podem ou não obter sucesso”, esclarece.
O executivo atrela os resultados positivos a uma combinação de fatores, como recuperação gradual no crescimento econômico global, inflação moderada em economias avançadas e emergentes e taxas de juros baixas. Ele nota que o fato de ter mais deals significa que os investidores estão encontrando contextos econômico e político mais positivos, um risco direcionável e estão dispostos a entrar em um projeto desse tipo para realizar uma aquisição.
“Durante a crise, muitas empresas entraram em uma operação de M&A por necessidade real de fluxo de caixa. Elas estavam vendendo ativos. Isso aconteceu tanto com as grandes empresas envolvidas na Lava Jato quanto com as pequenas. Foi a alternativa que elas encontraram para sobreviver. Nesse contexto, apesar de toda a incerteza política, para o investidor, principalmente o estrangeiro, existe uma oportunidade”, explica.
Para o próximo semestre, a pesquisa aponta uma intensificação nas transações originárias, principalmente, do México, Argentina e Brasil, e concentradas nos setores de saúde, tecnologia, mídia, telecomunicações e industrial.
O diretor reconhece que as fusões e aquisições são projetos confidenciais, mas que todo mundo quer saber. Sua preocupação, no entanto, reside nos resultados que essas operações podem desempenhar a médio e longo prazos. “Fazer uma desova muito grande dos nossos ativos é ruim para nossa economia. Deixar todos os ativos de infraestrutura nas mãos de estrangeiros, por exemplo, é um risco para nosso país”, justifica.
Nos próximos seis meses, o indicador Deal Flow Predictor prevê que o maior número de fusões e aquisições venha do Sudeste Asiático, Índia e Austrália. A perspectiva é que as transações de M&A aumentem 11% ano após ano. Europa, Oriente Médio e África sofreram retração de 1% no comparativo anual, mas que devem gerar mais deals nos meses seguintes.
Apesar de ter apresentado um declínio de 3% com relação ao ano passado, o relatório estima que o número de negócios anunciados na América do Norte aumentará cerca de 10%. Por Paula Dume Leia mais em lexisnexis 16/10/2017
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Ruy Moura
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