03 março 2016

Isaca compra CMMI

A Isaca, organização por trás de padrões de governança como o Cobit e segurança como o CISA, comprou o CMMI Institute, organização por trás do framework de qualidade para desenvolvimento de software CMMI.

O valor do negócio não foi revelado.

Em 2015, mais de 1,9 mil empresas foram listadas em algum nível do ranking de maturidade CMMI nos 100 países no qual o selo está presente, que registrou uma expansão de 17% no total frente ao anterior (nos Estados Unidos, onde o CMMI Institute está sediado, a alta foi de 28%).

O Isaca, por sua vez, afirma agrupar mais de 140 mil membros e profissionais certificados em 180 países. Fundada em 1969, a organização tem quase o dobro de tempo no mercado que o CMMI Institute.

De acordo com nota sobre a aquisição, as empresas continuarão operando separadamente por tempo indeterminado. O valor da transação não foi revelado.

Agora é aguardar que efeitos a compra pode ter no Brasil, onde, para falar a verdade, o selo CMMI não anda com essa bola toda.

Depois de um boom de interesse em torno do modelo há quase uma década, a adoção do selo entrou em declínio no país.

Em 2014, por exemplo, foram feitas no Brasil apenas 33 avaliações ou reavaliações de CMMI, contra 40 em 2013 e 22 em 2012.

A origem dos problemas do CMMI no país é o MPS.BR, um modelo nacional de qualidade de software lançado pela Softex em 2003.

Espelhado nos níveis do CMMI, ele tem no entanto mais níveis, o que diminui a dificuldade de adoção, e, principalmente, tem implantação subsidiada.

Existem hoje no país 581 empresas avaliadas em algum nível do MPS.BR, um requisito de cada vez mais licitações para compras de fábricas de software.

A primeira recomendação do Tribunal de Contas da União nesse sentido data de 2007.

No entanto, a grande maioria fica nos níveis mais iniciais como o G (58%) e o F (29%). As empresas com nível C totalizam apenas 7%¨e 1% detém o nível A, o máximo.

Enquanto isso, o CMMI acabou ficando mais restrito a empresas multinacionais ou focadas em exportações.Maurício Renner // Lei mais em baguete 03/03/2016 

03 março 2016



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